No reino encantado da animação japonesa, as criações de Hayao Miyazaki são obras-primas atemporais, que cativam o público há décadas com suas fábulas ingênuas e profundas. Após hiato de dez anos, o aclamado Studio Ghibli, fundado e liderado por ele, apresenta um filme do diretor japonês de 83 anos. O Menino e a Garça é uma jornada ao coração do Japão pós-Segunda Guerra, onde os ecos da história retornam na saga de um jovem idealista. Como em outras obras de Miyazaki, O Menino e a Garça combina fantasia e realidade com poesia visual. Por meio de uma visão metafórica, o mestre japonês explora temas profundos com um olhar que pode ser apreciado tanto por crianças quanto por adultos.

A garça, símbolo de transformação, representa a natureza cíclica da vida e a conexão entre o homem e a natureza. A vida do jovem e inocente Mahito é inspirado na próxima experiência de Miyazaki, em emoções relacionadas à família, à honra e à esperança. O resultado é uma trama semi-autobiográfica que transcende os limites da narrativa tradicional.

O visual vibrante, marca registrada do Studio Ghibli, é habitado por criaturas mágicas e paisagens deslumbrantes, onde cada cena comprova a habilidade que definiu a carreira de Miyazaki e sua companhia. A produção é um convite para refletir sobre a vida — não apenas o passado, mas o futuro também.

O primeiro Globo de Ouro, aos 83

A despedida do mestre japonês Hayao Miyazaki
(Divulgação)

Hayao Miyazaki (foto), o visionário por trás de clássicos adorados como A Viagem de Chihiro e Meu Vizinho Totoro, mais uma vez tece sua magia com uma história profundamente pessoal.

Formado em 1963 pela Universidade Gakushuin em ciência política e economia, logo foi contratado pelo tradicional estúdio Toei Animation. Em 1985, fundou o Studio Ghibli, hoje o maior do Japão. O Menino e a Garça lhe rendeu, aos 83 anos, seu primeiro Globo de Ouro.

Para Ler
Autor de O Povo Contra a Democracia, o cientista político alemão Yascha Mounk lança O Grande Experimento. É uma análise sobre como podemos criar países estáveis e funcionais. A obra é recomendada pelo ex-presidente dos EUA Barack Obama.

Para Ver

A despedida do mestre japonês Hayao Miyazaki
(Divulgação)

Um homem acorda no sertão australiano sem se lembrar de sua identidade. Enquanto tenta recuperar a memória, é perseguido por figuras de seu passado. A série O Turista (Netflix), com Jamie Dornan, estreia sua segunda temporada.

Para ouvir

A despedida do mestre japonês Hayao Miyazaki
(Divulgação)

Fundador do grupo Cidade Negra, o guitarrista Da Ghama lança sua carreira solo com o hit “Reggae do Avião”, parceria com o carioca Evandro Mesquita. “Fiz essa música durante um voo entre Salvador e o Rio de Janeiro”, revela.

Série
Thriller psicológico no espaço

A despedida do mestre japonês Hayao Miyazaki
(Divulgação)

Constelação é um novo thriller psicológico estrelado por Noomi Rapace, atriz indicada ao Bafta, e por Jonathan Banks, de Breaking Bad. Com oito episódios, a aventura espacial está disponível na plataforma AppleTV+. Criada e escrita por Peter Harness (The War of the Worlds), a trama tem Rapace no papel de Jo, astronauta que retorna à Terra após um desastre no espaço e descobre que episódios de sua vida não tem lógica. A série explora os limites sombrios da psicologia humana e a busca de uma mulher para descobrir seu passado.

Teatro
A volta de Fulvio Stefanini

A despedida do mestre japonês Hayao Miyazaki
(Joao Caldas Fº)

Fulvio Stefanini celebra 69 anos de carreira com o retorno do espetáculo que lhe rendeu Prêmio Shell de melhor ator. A peça O Pai já foi montada em mais de 30 países e adaptada pelo autor francês Florian Zeller para o cinema. Estrelado por Anthony Hopkins, o filme de 2020 levou o Oscar nas categorias de melhor ator e roteiro adaptado. A versão brasileira da obra é dirigida por Léo Stefanini e conta com, além de Fúlvio, os atores Carol Gonzalez, Paulo Emílio Lisboa e Carol Mariottini no elenco. Em cartaz no Teatro UOL, em São Paulo.

Cinema
O drama dos refugiados africanos

A despedida do mestre japonês Hayao Miyazaki
(Greta de Lazzaris)

Escolhido para representar a Itália na corrida pelo Oscar de Filme Estrangeiro em 2024, Eu, Capitão narra o drama de dois primos, Seydou (Seydou Sarr) e Moussa (Moustapha Fall), que abandonam a família em Dacar, na África, para tentar uma vida melhor na Europa. A jornada, porém, é repleta de obstáculos que exigem coragem e determinação. A trama dirigida por Matteo Garrone, que também assina o roteiro, é inspirada em milhares de histórias reais. A produção usou locações remotas na África, com cenas no desafiador deserto do Saara.

Arte
Cores abstratas na galeria Galatea

A despedida do mestre japonês Hayao Miyazaki
Divulgação

A coletiva Líquen Teso abre o calendário de exposições na galeria Galatea, em São Paulo, iniciativa dos sócios Tomás Toledo, Antonia Bergamin e Conrado Mesquita. A busca pelo abstrato inclui os bordados de Camila Leite, as telas de couro de Fabiana Preti, a pintura de Gabriela Melzer (acima), as paisagens de Mariana Rodrigues e a tecelagem de Marina Weffort. O nome da mostra é a fusão dos títulos de dois trabalhos: Estudo Sobre Líquens, de Mariana Rodrigues, e Teso, nome de uma obra da série Casear, de Fabiana Preti.