Fotos Cleiby Trevisan
Mineiro de Juiz de Fora, o ator Carlos Machado, 46 anos, também é dentista. Três vezes por semana veste o jaleco e atende pacientes em sua clínica em Copacabana. Nos outros dois dias faz teatro e tevê. alguns pacientes olham para o doutor Carlos e têm certeza que o viram na televisão, mas ficam confusos e demoram para acreditar. agora que ele estará na próxima novela das nove, Fina Estampa, essa história vai ficar mais divertida. Dias atrás, o ator chamou ainda mais a atenção ao ser fotografado com a atriz Danielle Winits. ?Fomos ao cinema?, disse ele. Há dez anos, encenaram uma peça juntos. ?Nos reencontramos agora. A Dani é maravilhosa. Ficamos horas conversando. Estamos nos conhecendo. Cada vez mais?, resumiu. Como bom mineiro, não assumiu namoro. Ainda. Carlos é um cara de fé. Protestante. Já levou Danielle à igreja, a pedido dela. A fé cresceu em sua vida quando perdeu uma filha de 11 anos. Luiza hoje estaria com 21 anos. Danielle a conheceu, na época que encenaram Lancelot. a menina foi vítima de erro médico, diagnóstico malfeito. Tinha hepatite autoimune. Tomava remédios que mascararam uma pneumonia e o agravamento acabou causando sua morte. Luiza era fruto de um relacionamento descompromissado de faculdade, mas muito querida pelo pai. Faleceu dois dias depois de passar um final de semana com ele, que chegou a perceber que algo não estava bem com ela. A fé deu forças para enfrentar a imensa dor da perda. ?Ela foi antes de mim?, disse. A história foi contada pelo ator durante o fim de semana na casa de inverno de Gente, em Campos do Jordão.
Qual é sua relação com Danielle Winits? Estou sendo um homem legal para ela. Como amigo. Ela é uma mulher muito inteligente. Estamos mais próximos, ela já foi à igreja comigo. O Noah (filho de Winits) está fazendo um tratamento dentário na minha clínica, e o convívio aumenta. Estou há um ano sem namorada. Fiquei com uma ou duas meninas. Mas há alguns meses nem beijinho. Eu e a Dani fomos vistos no cinema. Mas alguém viu a gente dando beijo na boca? A amizade está cada vez mais forte porque estamos solteiros. Mas não é um momento em que ela esteja aberta para novos relacionamentos. Acabou de sair de um casamento, está com filho pequeno. Quando tiver alguma coisa, a gente vai contar. Estar um ano solteiro significa o quê, exatamente? Nunca estive tanto tempo solteiro. Tenho 46 anos e já aprontei muito, mas sempre tive tendência a namorar por muito tempo. Namorei nove anos com a Paula Manga (agora Paula Hunter, atriz e cantora gospel). Fomos noivos. Sempre quando namoro é para casar.
Sua proximidade com a religião tem a ver com a morte da sua filha? Eu já tinha tido experiências fantásticas com Jesus e fui preparado para a morte da Luiza. Ela foi fruto de um namoro de faculdade e uma benção. Durante as férias e os feriados ela sempre ficava comigo. Aos 9 anos foi diagnosticada uma hepatite autoimune, o organismo rejeitava o próprio fígado, como se fosse um órgão transplantado. Mas estava tudo sob controle. Foi quando ela teve uma pneumonia que, por não acusar febre por causa da medicação, não foi tratada. Ela tinha 11 anos. Hoje ela faria 21. Então, a dor que fica é a da saudade. A fé nesse momento é muito importante. Um dia antes da morte dela ouvi a seguinte frase: ?Todas as coisas acontecem para o bem daqueles que amam a Deus?. Chorei muito, mas aceitei a notícia. Hoje eu frequento uma igreja protestante, pequena. Os pastores são meus amigos. Você é mais ator ou mais dentista? Quando me formei dentista já queria atuar, mas tinha saído do Rio, morava em Juiz de Fora e tudo era mais complicado. A minha volta ao Rio facilitou. Comecei a fazer cursos, participações, alguns papéis menores. Mas nunca deixei a odontologia. Cada vez que viajo ao exterior, faço um curso de ortodontia e um workshop de interpretação. Tenho uma vida dupla. e vou continuar tendo. Vou continuar atendendo na Beauty Dental, minha clínica. Você foi chamado para um papel em Fina Estampa, que estava reservado para o Maurício Mattar. O que mudou na sua rotina física? Sempre me alimentei muito bem. Tenho um nutricionista há dez anos. Malho há pelo menos 30 anos. A diferença é que agora não malho mais três vezes por semana, mas seis. Faço bicicleta ergométrica e musculação, sem pegar muito pesado. Fico uma hora na academia, no máximo. Procuro ter equilíbrio em tudo. Tiro da minha vida coisas que me trazem estresse, inclusive nos relacionamentos. Se começar a incomodar, não serve para mim. Nunca busquei me completar em ninguém, mas sempre gostei de ser completo. Se eu achar alguém que vai acrescentar à felicidade que eu já tenho, maravilhoso. Mas não venha querer tirar a minha paz.
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