TARCÍSIO DE FREITAS Sai para disputar o governo de São Paulo: Bolsonaro aposta alto nele (Crédito:Divulgação)

Todo ano de eleição é a mesma coisa: vai chegando o prazo para a desincompatibilização e começa a dança das cadeiras nos ministérios. A data limite este ano é dia 2 de abril e os rumores sobre as mudanças nos ministérios do governo Jair Bolsonaro já vêm sido noticiadas há algumas semanas. A expectativa é que cerca de 10 ministros deixem seus cargos para concorrerem às eleições em outubro deste ano e a maioria deles está de olho numa vaga no Senado. As trocas, no entanto, serão seis por meia dúzia, ou seja, os novos ministros nada acrescentam de novo e devem manter as pautas ideológicas que os antigos auxiliares do presidente impunham no governo.

Na última segunda-feira, 28, a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, ao se filiar ao Republicanos, deu a largada na reforma ministerial, anunciando que a secretária da pasta, Cristiane Britto, deve ficar no seu lugar. Damares pretende concorrer a uma vaga ao Senado pelo estado do Amapá, muito embora no evento de filiação tenha dito que ainda não havia tomado decisão alguma porque “quem manda, quem bate o martelo, é o capitão”.
Outro nome que já foi dado como certo para substituir o astronauta Marcos Pontes no Ministério da Ciência e Tecnologia é o de Paulo Alvim, atual secretário de Empreendedorismo e Inovação da pasta. De acordo com o ministro, o nome de Alvim já foi aceito por Bolsonaro. Tudo indica que Alvim, cujo perfil é técnico, deve dar continuidade ao trabalho de Pontes no Ministério. A indicação e aceitação do nome de Paulo Alvim para ocupar a pasta, aliás, pode ser considerada uma vitória de Pontes, que conseguiu se desviar das investidas de membros do Centrão, que estavam de olho no cargo.

Há poucos dias, Bolsonaro divulgou o nome do atual Secretário-Executivo do Ministério da Infraestrutura, Marcelo Sampaio, para ocupar a vaga a ser deixada pelo ministro Tarcísio Gomes de Freitas na pasta. Sampaio é genro do general Luiz Eduardo Ramos, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República. Tarcísio é pré-candidato ao governo de São Paulo pelo Republicanos e conta com o apoio integral do presidente.

Educação: o quinto ministro

Na pasta da Agricultura, o mais provável é que a vaga deixada pela ministra Tereza Cristina, que deve disputar uma vaga ao Senado pelo estado do Mato Grosso do Sul, deverá ser ocupada pelo senador Luiz Carlos Heinze (PP-RS), que nunca escondeu interesse pelas pautas do Ministério. Desde seus tempos na Câmara dos Deputados, Heinze articula junto à pasta numa espécie de porta-voz dos agricultores gaúchos.

Outras mudanças previstas devem ocorrer no Ministério da Cidadania, onde o atual secretário de Assuntos Estratégicos da pasta, Ronaldo Vieira Bento, deve ocupar o lugar deixado pelo ministro João Roma, pré-candidato ao governo da Bahia pelo PL. No Ministério Desenvolvimento Regional, o nome cotado para substituir o ministro Rogério Marinho, que deve se candidatar a uma vaga ao Senado pelo Rio Grande do Norte, é o do atual presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães. Outro nome técnico que deve assumir uma vaga na Esplanada é o de José Carlos Oliveira, presidente do INSS, que deve assumir o Ministério do Trabalho no lugar de Onyx Lorenzoni, que vai disputar o governo do Rio Grande do Sul. A ministra-chefe da Secretaria de Governo, Flávia Arruda (PL) concorrerá ao Senado pelo Distrito Federal e tudo indica que seu substituto será o chefe de gabinete do presidente Célio Faria. E no Ministério da Educação, estamos indo para o quinto ministro desde que Bolsonaro assumiu o governo. Sai Milton Ribeiro, envolvido num escândalo com pastores, e entra Vitor Godoy. Na Defesa, também já está tudo certo para a saída do general Walter Braga Netto, que deverá deixar o governo para se tornar vice da chapa de Bolsonaro à reeleição. Em seu lugar, assumirá o general Paulo Sérgio Nogueira, atual comandante do Exército.