ARTE Depois das tatuagens corporais, usar tintura nos cabelos pode ser uma forma divertida de mudar de imagem (Crédito:Divulgação)

Pintar os cabelos com cores exóticas não é mais coisa de adolescente e virou assunto nacional quando a apresentadora Ana Maria Braga apareceu no começo do ano com as madeixas cor-de-rosa. No último dia 08, ela decidiu pelo azul. Aos 71 anos, Ana Maria disse em seu Instagram que é “bom mudar de vez em quando”. Opinião que diversas celebridades já seguem à risca há tempos. Katy Perry, Dua Lipa, Miley Cyrus, Gwen Stefani e mais recentemente, Billie Eilish, que ganhou o mundo com suas mechas verdes fluorescentes. A novidade? Pessoas comuns agora estão aderindo ao colorido sem serem julgadas por isso. Seja para fugir do tédio causado pela pandemia ou para realizar um sonho de vida: colorir os cabelos pode ser a mudança que você quer ver no espelho.

Fuga do tédio

Esse foi o caso da médica veterinária Laís Taveiros que, aos 52 anos, decidiu riscar uma das metas de vida que mantém em uma lista de coisas para fazer ao longo de sua existência e “pintar o cabelo de azul” era uma delas. Por ter morado muitos anos na Alemanha, ela disse que quando mantinha os cabelos vermelhos, ninguém dava bola, mas agora que está no Brasil a situação talvez seja diferente. “Cheguei em um patamar da minha carreira que não preciso mais manter uma imagem de qualquer coisa que seja”, diz ela. Atualmente a profissional ensina futuros médicos veterinários e, como professora, acha que a curiosidade com a cor de seu cabelo pode até ajudar “a dar uma animada na aula.” Já a meteorologista Nicole Monteiro diz que a ideia de pintar o cabelo começou na adolescência como um sinônimo de revolta, mas foi algo passageiro. Contudo, em 2020 e, aos 23 anos, para fugir do tédio do isolamento social, apostou primeiramente no laranja e na última terça-feira aderiu ao roxo.

IDENTIDADE Ana Maria Braga e influencers como Maíra Medeiros e o cabelereiro Chris Arndt adotam a coloração para fugir da rotina

Se na ficção e em desenhos animados, é comum vermos personagens com cabelos coloridos, a tendência que chega aos meros mortais pode ser uma vontade de extravasar ou “alegrar a vida”. O cabelereiro das famosas coloridas, Raul Carvalho, começou com o salão “Novo Arte” em 1997 e hoje atende diversas celebridades como a cantora Baby do Brasil, uma veterana dos cabelos coloridos, e a escritora e influêncer Maíra Medeiros, mas a lista é, segundo ele, bem diversa. “Esses dias atendi uma senhora de cabelos brancos. O público é variado”. Ele diz ainda que para muitas pessoas, manter um cabelo com cores fortes não é uma brincadeira ou uma moda passageira. Há ainda o “hair tattoo” que é a possíbilidade de se usar a tinta para fazer desenhos e mandar mensagens, moda iniciada com jovens da periferia e jogadores de futebol.

Desde o início do movimento punk, na Ingraterra, moicanos coloridos faziam a cabeça da garotada, mas até chegarem à uma das apresentadoras mais famosas e respeitadas da televisão brasileira, demorou 40 anos. “Infelizmente, um advogado talvez ainda não possa tingir os cabelos de pink e ir trabalhar. Ainda depende muito da profissão e do estilo de vida da pessoa”, afirma Carvalho. Porém, para ele, esse é um cenário que pode ser contornado, já que existem perucas coloridas ou tinturas temporárias para quem quer a aventura para apenas um fim de semana. “O segredo é não levar a vida em preto e branco e nem tudo tão a sério”, diz.

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