Coluna: Matheus Baldi

Mineiro, Matheus Baldi é jornalista e apresentador, com passagens por UOL, SBT, Record e Band. Com mais de 4 milhões de seguidores nas redes sociais, já ultrapassou os 2 bilhões de visualizações em seus vídeos na internet. Diariamente, Matheus compartilha sua visão apurada e informações exclusivas sobre os bastidores do show business.

A conversão da Anitta, o boom evangélico e o flop da nova Odete Roitman

Reprodução/Redes Sociais
Anitta e Débora Bloch Foto: Reprodução/Redes Sociais

Antes de mais nada, preciso confessar: sou fã da professora de filosofia Lúcia Helena Galvão. Já aprendi muito com ela — inclusive me tornei um estudioso do estoicismo por influência dela e do meu irmão Felipe (valeu, maninho, pelo presente incrível: O Diário Estoico, do Ryan Holiday). Por isso, foi impossível não me empolgar com a estreia ontem, dia 24, do podcast Alma Talks, no YouTube, que reuniu Lúcia Helena e… Anitta. Sim, a própria.

E o papo foi bom, viu? A cantora, conhecida por seus hits globais e performances explosivas, revelou que seu novo sonho profissional é… elevar multidões com músicas que tragam mantras e conceitos filosóficos. Ela mesma explicou: “Se isso se realizar, eu vou ficar uau!”. Uau mesmo, Anitta.

A verdade é que essa virada espiritual já vinha sendo ensaiada. No Prêmio Multishow, em dezembro passado, Anitta brincou com Tatá Werneck sobre a ideia de lançar um CD de mantras. Quando cancelou sua apresentação no Coachella, esse trecho, inclusive, voltou a circular bastante. Agora, o caminho da artista parece mesmo outro: mais introspectivo, com foco na alma, na fé.

Na internet, claro, começaram as comparações: “Anitta tá virando a Madonna da Kaballah?”. Quem lembra da fase mística da rainha do pop no início dos anos 2000, quando ela se aprofundou nos estudos da Cabala, adotou o nome hebraico Esther e passou a frequentar o Kabbalah Centre de Los Angeles? As semelhanças existem: ambas são mulheres potentes, artistas que dominaram o mundo e buscaram uma nova linguagem quando a fama deixou de preencher tudo.

A diferença talvez esteja no timing e no pano de fundo cultural. A Madonna dos anos 2000 buscava um refúgio espiritual após a maternidade e a perda da mãe. Já Anitta parece buscar fôlego em meio ao cansaço moderno: excesso de dopamina, cobrança, telas, comparações…

Exaustão, sabe? Aquela sensação de estar com tudo e ainda assim sentir um vazio?

E aí a gente se pergunta: onde está a cura?

Para muitos, a resposta é: na fé. Ou na espiritualidade, filosofia, religiosidade, você escolhe o nome. O cardiologista Roberto Kalil Filho, por exemplo, é categórico: “Não existe saúde sem saúde mental. E parte da saúde mental é a espiritualidade”. Não é papo de coach, é medicina. O próprio Conselho Federal de Medicina criou um departamento de espiritualidade. Não é sobre religião. É sobre conexão.

Aliás, falando em religião… Vamos à palavra “conversão”: não se trata apenas de mudar de fé, mas de mudar de caminho. É um reencontro consigo mesmo. No Brasil, esse processo tem sido cada vez mais visível — especialmente quando o assunto é a conversão ao protestantismo. De acordo com o Datafolha, os evangélicos já representam mais de 30% da população brasileira, e projeções indicam que, até 2032, poderão ser maioria.

Esse crescimento acaba refletindo diretamente no entretenimento. Sob o comando de Amauri Soares, a Globo vem acompanhando esse movimento. A novela Vai na Fé (2023) que foi um grande sucesso tratou com respeito e profundidade o universo gospel. Já outras decisões mais polêmicas, como o corte do casal lésbico em Mania de Você ou a separação do casal gay em A Garota do Momento, geraram debate: a TV encaretou ou apenas está se adaptando a essa audiência mais conservadora?

É nesse cenário que surge um desafio ainda maior: produzir o remake de Vale Tudo — e trazer de volta Odete Roitman. A vilã, interpretada magistralmente por Beatriz Segall em 1988, virou meme de tanto que era absurda em suas falas. Rica, conservadora, moralista (no discurso, claro) e hipócrita, ela simbolizava uma elite arrogante, que desprezava os pobres, os honestos e os que “subiam na vida”.

Agora, cabe a talentosa Débora Bloch reencarnar a personagem. E, confesso, estou apreensivo. Na primeira chamada, com Odete descendo de helicóptero, não me convenceu. Já na segunda, exibida ontem, dia 24, senti um quê de comédia involuntária. Que desespero. Bem aí é que mora o perigo: a graça de Odete está justamente no seu absurdo sério, que beira o cruel. Se for tratada como sátira, perde impacto.

Como admirador da brilhante autora Manuela Dias, confesso que minhas expectativas estão altas para essa nova versão da novela — especialmente com a chegada de Odete no capítulo 24, marcado para o dia 26 de abril, data que celebra os 60 anos da Globo e, por uma feliz coincidência, também o meu aniversário. Tomara que eu morda a língua e assopre as velinhas sentindo aquele alívio bom.

Porque, no fim das contas, tudo o que a gente mais quer — seja na fé, na TV ou na vida — é voltar a acreditar. Acreditar que o novo pode ser ainda melhor, que mesmo com diferenças, ele pode embalar nossas emoções mais gostosas. Acreditar, de novo, no amor, na arte e no poder de mudar. E, por que não, nos mantras da Anitta?

Ainda sobre Vale Tudo

De mansinho… Alice Wegmann quer encontrar Lídia Brondi. Uma das protagonistas da nova versão de Vale Tudo, que estreia dia 31 na Globo, Alice Wegmann está armando uma estratégia discreta para se encontrar com Lídia Brondi, intérprete original de Solange Duprat em 1988. “Não quero assustar”, disse Alice à Folha de SP. Para ela, Lídia é “brilhante” e merece ter seu espaço respeitado. A atriz afirma que quer honrar o legado, não copiar. “Se eu conseguir um pouquinho disso, já fico feliz.”

Exclusivo: Iza é cotada para o Saia Justa

Descobri que Iza está entre os nomes desejados para a nova formação do Saia Justa, que estreia no dia 30 de abril no GNT. Entre os shows e compromissos publicitários, a cantora tem priorizado a rotina com a filha Nala, de 5 meses, — o que pode dificultar as tratativas. Rita Batista e Tati Machado deixam o programa; Eliana e Bela Gil seguem.

Mais um nome no radar

O nome Marina Sena também chegou a ser sugerido em uma reunião de equipe do Saia Justa. A sugestão teria agradado, mas ainda não consegui detalhes.

Lady Di em homenagem inédita de Harry e Meghan

Segundo o The Express, Príncipe Harry e Meghan Markle estão desenvolvendo uma série documental em homenagem à Princesa Diana, prevista para 2027 — ano em que a morte da eterna Lady Di completa 30 anos. Harry deve narrar e assinar como coprodutor executivo. A Netflix, com quem o casal tem contrato milionário, já teria dado sinal verde para o projeto.

Até amanhã!