30/09/2022 - 9:30
A mitologia grega é repleta de deuses, deusas, heróis e heroínas. Há também os famosos semideuses, que são fruto da imaginária relação entre divindades e humanos. E, dentro desse seleto grupo destaca-se Hércules. Como acontece com todos os descobrimentos relacionados à mitologia, a curiosidade e o encanto em relação ao tema aumentam. Com ele não é diferente. Recentemente arqueólogos da Universidade de Aristóteles, maior instituição acadêmica da Grécia, localizaram na cidade de Filipos, na região Norte do país, uma estátua de Hércules em mármore, enquanto jovem. Estima-se que tenha sido construída no século II d. C. E, tão incrível quanto as façanhas atribuídas ao semideus é o fato de a escultura dos tempos do Império Romano ter sido encontrada em ótimo estado de conservação.
2 METROS Essa seria a altura da peça que foi utilizada como ornamento em antigo edifício
Há, porém, pequenas fraturas na peça: o braço direito e o seu característico bastão estão fragmentados, assim como a parte inferior da perna direita. A cabeça e o tronco encontram-se intactos, de tal forma que é possível ver os detalhes do que seria a pele do Leão de Nemeia, estão perfeitos. A imagem do animal, aliás, é o que confirma tratar-se de Hércules. Dentro do universo do semideus, há o que ficou conhecido como os seus Doze Trabalhos (contos que lhe trazem fama) e sua batalha vitoriosa contra o Leão de Nemeia é uma dessas histórias. Também na cabeça, há particularidades dos abundantes e encaracolados cabelos do corajoso filho de Zeus que podem ser percebidos junto à bela decoração proporcionada por sua grinalda de folhas de videira ligada por uma tira que declina sobre pescoço e ombros. “A estátua de Hércules jovem é um achado extraordinário e nos leva a conhecer um pouco da estética da época” diz a arqueóloga Sónia Cunha. Ela explica que as novas formas de ocupação do espaço formavam camadas nas construções antigas. Além disso, o abandono da cidade, ainda que em data incerta, ajudou também a preservação. “O principal dano foi causado pela passagem do tempo e pela retirada de pedras que foram usadas em construções de outros locais”, diz a especialista. O cuidadoso trabalho de escavação, feito na antiga cidade fundada pelo rei macedônio Filipe II, pai de Alexandre, o Grande, é um fato que causa ainda mais fascínio ao mito, além de ser motivo de comemoração para a arqueologia.
