A menos de 20 meses das eleições municipais, a disputa pela prefeitura de São Paulo já se transformou numa guerra. E o primeiro a mobilizar seu exército para o embate é o prefeito Ricardo Nunes (MDB), que será candidato à reeleição. Além de intensificar obras que lhe dêem visibilidade eleitoral, Nunes agregou à sua pré-campanha o publicitário Duda Lima, ex-marqueteiro de Bolsonaro. Ele substitui Felipe Soutello, que fez a campanha de Bruno Covas em 2020, oportunidade em que o atual prefeito era o vice na chapa com o tucano. Desta vez, a briga de Nunes será contra o deputado Guilherme Boulos (PSOL), do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), e contra a deputada Tabata Amaral (PSB). Mas há também bolsonaristas na batalha, como Ricardo Salles e Eduardo Bolsonaro.

Apoio

Embora cedo demais, Nunes está tentando também consolidar uma coalização com 11 partidos para que venham a sustentar sua reeleição. Na semana passada, o prefeito, já com a presença do novo publicitário, fez uma reunião para debater a candidatura. Estavam presentes os presidentes de todas as siglas que podem apoiá-lo, como PL, PSD, Podemos e PP.

Oposição

De todos os que desafiam Nunes, Boulos é o que tem maior potencial para minar a reeleição. Ele terá apoio do PT, e Lula já se comprometeu a subir no seu palanque. Mas há outros candidatos que podem lhe tirar votos, como Tabata à esquerda, e o filho 03 de Bolsonaro à direita. Salles, por exemplo, não sabe nem se terá legenda para a disputa.

Vitória do bom senso

Divulgação

Após embate nos bastidores, o Conselho Deliberativo do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) resolveu manter Carlos Melles no cargo de presidente do órgão. A reunião do conselho, marcada a pedido de alas ligadas ao PT interessadas em destituir a atual direção eleita em novembro de 2022, acabou não ocorrendo na quarta-feira, 8, e Melles segue presidindo a instituição.

Retrato falado

“O BC só vai poder reduzir a Selic na reunião de novembro” (Crédito: Ruy Baron)

Ana Paula Vescovi, economista-chefe do Santander, disse ao Valor que se nada mudar, o BC não terá como reduzir as taxas de juros antes de novembro. Ela prevê que a inflação ficará em torno de 5,9% em 2023, pouco acima dos 5,8% do ano passado. “Não há desinflação esperada para este ano”, diz a economista. Apesar do aperto fiscal, ela acredita que este ano o País crescerá 0,8%, bem abaixo dos 2,9% de 2022. O tombo não será maior porque a agropecuária crescerá 7% este ano.

O pibinho de 2023

As medidas eleitoreiras de Bolsonaro no ano passado fizeram com que o volume de empregos crescesse, o consumo aumentasse e a oferta de crédito bancário melhorasse. Resultado: o PIB subiu 2,9% em 2022, bem mais do que os 0,4% que se esperava no final de 2021. É certo que Paulo Guedes deixou um quadro difícil de ser administrado por Fernando Haddad. Em 2023, os economistas estimam que o PIB aumentará somente 0,9%, o que é quase uma estagnação. Será um pibinho. Mesmo assim, esse crescimento pífio ocorrerá por causa do bom desempenho da agropecuária, que terá um incremento razoável, e graças à China, que voltará a ter um PIB positivo na casa dos 6% ao ano.

Taxa de juros

Apesar de a taxa de juros brasileira ser a mais alta do mundo, o BC tem advertido que a Selic pode chegar ao final do ano nos mesmos 13,75% atuais. Com o PIB desacelerando, investimentos em queda e exportações menores, os empresários estimam a Selic em 12,75% (no final de 2022, falavam em 11,25%).

Toma lá dá cá

Weverton Rocha (PDT-MA), segundo-secretário do Senado (Crédito:Divulgação)

Quando vai ocorrer a retomada das atividades das comissões mistas no Congresso?
Passado o carnaval, as duas Casas vão definir suas comissões e depois disso devem sentar para definir o funcionamento das comissões mistas.

Os governistas dizem que as comissões podem prejudicar o governo e atrasar a votação das MPs. O senhor concorda?
De modo algum. É importante lembrar que as comissões mistas pararam de funcionar com a pandemia, mas voltarão agora. A meta é evitar que as MPs cheguem ao Senado com o prazo estourado.

Como fica o caso das MPs editadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro?
Essas comissões se aplicam a esta legislatura, que começou em 1º de fevereiro. Analisaremos as MPs editadas a partir de então.

Os caras de pau

Liderada pelo senador Rogério Marinho e pela deputada Carla Zambelli, a oposição tenta jogar no colo de Lula a culpa pelos atos terroristas de 8 de janeiro, insinuando que o atual governo nada fez para impedir o quebra-quebra nas sedes dos Três Poderes, embora todos saibam que foram os bolsonaristas a comandar os ataques. Só querem tumultuar.

Edilson Rodrigues

Agenda positiva

Os bolsonaristas sabem que em função de os presidentes da Câmara e do Senado terem se alinhado ao governo, é baixíssima a possibilidade de ocorrer a instalação de uma CPMI para investigar os atentados. Por isso, movimentam a extrema direita para esse debate em plenário no Congresso, com o objetivo claro de enfraquecer a agenda positiva de Lula.

O astronauta derrota Damares

Marcos Oliveira

Depois de ter ido à lua, o astronauta Marcos Pontes acaba de obter mais uma vitória. Conquistou a vaga de membro da Comissão Externa do Senado que vai à Terrra Yanomami investigar a crise humanitária vivida por milhares de indígenas que habitam o isolado território em Roraima. A senadora Damares Alves, que pleiteava o cargo, foi vetada pelo movimento indigenista.

Rapidas

* Ao manter Juscelino Filho no cargo, Lula preferiu preservar a base aliada no Congresso ao invés de garantir a moralidade do seu governo. Não fosse o União Brasil, partido do ministro das Comunicações, o governo não teria aprovado, por exemplo, a PEC da Transição.

* Simone Tebet também critica a política de juros. Quer que o BC reduza a Selic já na próxima reunião, mas reconhece que a taxa só deve cair quando a Reforma Tributária for feita e o novo arcabouço fiscal, implantado.

* Depois das rachadinhas e compras de imóveis com dinheiro vivo, agora Bolsonaro e sua mulher são suspeitos de ingressar ilegalmente no País com 3 milhões de euros (R$ 16,5 milhões) em joias da Arábia Saudita. Não se emendam.

* O ministro do GSI, general Gonçalves Dias, pode ser o próximo a deixar o governo. Está insatisfeito. Disse que após transferir a Abin para a Casa Civil, Lula está esvaziando sua pasta:“Meu cargo está à disposição”.