25/10/2024 - 8:22
Fundador do PT seu maior expoente, controlador informal da legenda, o presidente Lula da Silva se vê diante de grande desafio: como fazer sucessor sem rachar o partido, o que passa inevitavelmente pela iminente eleição para o comando da sigla. Lula chegou ao 3º mandato principalmente por sua história. Não foi o PT que ganhou a eleição presidencial. Agora, vê-se numa batalha interna enquanto tenta, de outro lado, consolidar a governabilidade num Congresso Nacional em que o partido perdeu o protagonismo. É dali, aliás, que nasceu a batalha interna que ronda sua cabeça. De um lado, a presidente do partido, deputada federal Gleisi Hoffmann, articula uma frente de candidatura com o colega de plenário José Guimarães (CE), o líder na Câmara – com apoio da bancada petista do Norte e Nordeste. De outro, o deputado federal eleito prefeito de Maricá, Washington Quaquá (RJ), vice-presidente nacional da sigla, dialoga com Jilmar Tatto (SP) uma outra candidatura, unindo delegados do Sudeste e Sul.
Lula tem dois desafios iminentes: criar um sucessor e controlar a legenda para que a disputa pela presidência não sangre o partido
Ratinho tenta salvar candidaturas
O governador Ratinho Júnior (PSD) corre o risco de perder eleição em duas cidades importantes do Paraná. Em Curitiba e Londrina, a 2ª maior cidade do Estado. Na capital, a candidata de direita Cristina Graeml (PMB) disputa votos com Eduardo Pimentel (PSD), candidato do governador. Em Londrina a candidata Maria Tereza (PP), apoiada pelo ex-ministro da Saúde Ricardo Barros, está empatada tecnicamente com Tiago Amaral (PSD), também apoiado por Ratinho.
Atualização sexta, 25, 16h10: Embora investigado após delação em 2016 suspeito de receber R$ 200 mil em propina para sua campanha, caso amplamente divulgado à época, o inquérito contra Tiago foi arquivado por falta de provas. Há dias, o TRE do Paraná proibiu a candidatura de Tereza de veicular qualquer notícia sobre isso no seu horário eleitoral ou redes sociais, sob pena de multa de R$ 200 mil.
Livrou-se da mão fria
Apesar do fato amplamente divulgado e comprovado pelos médicos, diplomatas russos desconfiam do acidente doméstico de Lula. Acham que foi bastante conveniente, para evitar sua presença na cúpula dos Brics, em Moscou. Eles monitoram pressões norte-americanas e europeias para que o presidente não fosse visto apertando as mãos de Vladimir Putin.
Vem aí Cabidão Aeroespacial do Governo
Os deputados querem decolar com indicações em vagas na Alada, a futura empresa pública aeroespacial, subsidiária da NAV Brasil, que nasce com o objetivo de consentir a exploração econômica da infraestrutura e navegação. Na prática, o Governo Federal poderia apenas fortalecer o papel da Agência Espacial e do Comando da Aeronáutica, que já lidam com o assunto, mas a criação de uma empresa – NAV Brasil – e outra dentro dela visa o cabidão espacial e burocracia com altos cargos comissionados. Um parlamentar com interesse na empresa já propôs audiência pública da Comissão de Viação e Transportes da Câmara.
Casa G20: um atrativo off-fórum
Inaugurada em março, a Casa G20, dentro da Casa de Cultura Laura Alvim, em Ipanema, bateu as expectativas em número de eventos. Adaptada pelo Governo do Estado para ser ponto de encontro e espaço de debates e trocas entre os países participantes do fórum mundial, a Casa recebeu 130 eventos, entre cursos, palestras e seminários com especialistas e mais de 20 visitas diplomáticas, além de shows musicais e exposições. Como pontos altos da programação, o projeto G20 Rio Sessions, produzido por Nelson Motta, e a exposição Viver o Rio, do escritor Ruy Castro, que abre dia 7 de novembro.
Fundos sob novo risco de gestão
Os conselhos da Funcef e a Petros estão perto de virarem ringue, tamanha a disputa entre os membros. Há tentativas de trocas de diretores com situações nada ortodoxas – idem para intenções. Na Petros, o alvo é a cadeira de Investimentos, ocupada por interino. Há três nomes na lista.
Balança estadual
Em Mato Grosso do Sul, o MDB conquistou 10 prefeituras no total de 78 cidades (13% dos municípios). Para caciques da legenda, sobreviveu. No Paraná, o PT fez três prefeitos e está fora do 2° turno. O outrora forte PSDB, que já controlou o Governo, fraquejou no Estado: conseguiu sete prefeitos e chegou ao 2° turno só em Ponta Grossa.
Ponto de encontro
Faz tamanho sucesso o Roxy Dinner Show no Rio de Janeiro que ministros, governadores e togados de todo o Brasil estão tratando visita como ponto de encontro para bons pratos e boa conversa. O ex-ministro Márcio Fortes, que mora no Rio, pediu indicações e gostou do que ouviu. Fala-se entre mesas que o espetáculo vai para Vegas.
NOS BASTIDORES
Blindados e armados
O negócio de carros blindados com seguranças no Rio está em alta com o G20. A demanda de comitivas é tamanha que falta oferta. Empresas de São Paulo entraram nessa praia.
Das telas à terra
Uma conhecida família de mídia do Brasil (conta-se no mercado quatro clãs que controlam grandes veículos) decidiu diversificar seus investimentos e entrou nos ramos de serviços funerários e de pets.
Um Rio de abraços
Rodrigo Bacelar, presidente da ALERJ, e Claudio Castro, governador do Rio, apararam arestas. Presidente do União no Estado, Bacellar é apontado como um potencial sucessor de Castro. Eduardo Paes jurou que não será candidato. O tempo dirá.
Fiat lux, no Rio
A principal patrocinadora do G20 no Rio de Janeiro é a Enel. Ela mesma, a companhia com capital italiano que controla a distribuição de energia (ou a falta dela) em São Paulo. Que se faça luz no Rio.