Fundador do PT seu maior expoente, controlador informal da legenda, o presidente Lula da Silva se vê diante de grande desafio: como fazer sucessor sem rachar o partido, o que passa inevitavelmente pela iminente eleição para o comando da sigla. Lula chegou ao 3º mandato principalmente por sua história. Não foi o PT que ganhou a eleição presidencial. Agora, vê-se numa batalha interna enquanto tenta, de outro lado, consolidar a governabilidade num Congresso Nacional em que o partido perdeu o protagonismo. É dali, aliás, que nasceu a batalha interna que ronda sua cabeça. De um lado, a presidente do partido, deputada federal Gleisi Hoffmann, articula uma frente de candidatura com o colega de plenário José Guimarães (CE), o líder na Câmara – com apoio da bancada petista do Norte e Nordeste. De outro, o deputado federal eleito prefeito de Maricá, Washington Quaquá (RJ), vice-presidente nacional da sigla, dialoga com Jilmar Tatto (SP) uma outra candidatura, unindo delegados do Sudeste e Sul.

Lula tem dois desafios iminentes: criar um sucessor e controlar a legenda para que a disputa pela presidência não sangre o partido

Ratinho tenta salvar candidaturas

O governador Ratinho Júnior (PSD) corre o risco de perder eleição em duas cidades importantes do Paraná. Em Curitiba e Londrina, a 2ª maior cidade do Estado. Na capital, a candidata de direita Cristina Graeml (PMB) disputa votos com Eduardo Pimentel (PSD), candidato do governador. Em Londrina a candidata Maria Tereza (PP), apoiada pelo ex-ministro da Saúde Ricardo Barros, está empatada tecnicamente com Tiago Amaral (PSD), também apoiado por Ratinho. Amaral perdeu votos ao ser acusado por Luiz Antônio de Souza, auditor da Receita Estadual, de ter recebido R$ 200 mil de propina, junto com seu pai, Durval Amaral, conselheiro do TCE-PR.

Livrou-se da mão fria

CANAL Vladimir Putin: russo telefonou a Lula para cumprimentá-lo pela eleição
Mikhail Metzel

Apesar do fato amplamente divulgado e comprovado pelos médicos, diplomatas russos desconfiam do acidente doméstico de Lula. Acham que foi bastante conveniente, para evitar sua presença na cúpula dos Brics, em Moscou. Eles monitoram pressões norte-americanas e europeias para que o presidente não fosse visto apertando as mãos de Vladimir Putin.

Vem aí Cabidão Aeroespacial do Governo

Logotipo da NAV Brasil
Reprodução

Os deputados querem decolar com indicações em vagas na Alada, a futura empresa pública aeroespacial, subsidiária da NAV Brasil, que nasce com o objetivo de consentir a exploração econômica da infraestrutura e navegação. Na prática, o Governo Federal poderia apenas fortalecer o papel da Agência Espacial e do Comando da Aeronáutica, que já lidam com o assunto, mas a criação de uma empresa – NAV Brasil – e outra dentro dela visa o cabidão espacial e burocracia com altos cargos comissionados. Um parlamentar com interesse na empresa já propôs audiência pública da Comissão de Viação e Transportes da Câmara.

Casa G20: um atrativo off-fórum

Casa G20 no Rio de Janeiro
Rafael Wallace/governo do RJ/Divulgação

Inaugurada em março, a Casa G20, dentro da Casa de Cultura Laura Alvim, em Ipanema, bateu as expectativas em número de eventos. Adaptada pelo Governo do Estado para ser ponto de encontro e espaço de debates e trocas entre os países participantes do fórum mundial, a Casa recebeu 130 eventos, entre cursos, palestras e seminários com especialistas e mais de 20 visitas diplomáticas, além de shows musicais e exposições. Como pontos altos da programação, o projeto G20 Rio Sessions, produzido por Nelson Motta, e a exposição Viver o Rio, do escritor Ruy Castro, que abre dia 7 de novembro.

Fundos sob novo risco de gestão

Os conselhos da Funcef e a Petros estão perto de virarem ringue, tamanha a disputa entre os membros. Há tentativas de trocas de diretores com situações nada ortodoxas – idem para intenções. Na Petros, o alvo é a cadeira de Investimentos, ocupada por interino. Há três nomes na lista.

Balança estadual

Em Mato Grosso do Sul, o MDB conquistou 10 prefeituras no total de 78 cidades (13% dos municípios). Para caciques da legenda, sobreviveu. No Paraná, o PT fez três prefeitos e está fora do 2° turno. O outrora forte PSDB, que já controlou o Governo, fraquejou no Estado: conseguiu sete prefeitos e chegou ao 2° turno só em Ponta Grossa.

Ponto de encontro

Faz tamanho sucesso o Roxy Dinner Show no Rio de Janeiro que ministros, governadores e togados de todo o Brasil estão tratando visita como ponto de encontro para bons pratos e boa conversa. O ex-ministro Márcio Fortes, que mora no Rio, pediu indicações e gostou do que ouviu. Fala-se entre mesas que o espetáculo vai para Vegas.

NOS BASTIDORES

Blindados e armados

O negócio de carros blindados com seguranças no Rio está em alta com o G20. A demanda de comitivas é tamanha que falta oferta. Empresas de São Paulo entraram nessa praia.

Das telas à terra

Uma conhecida família de mídia do Brasil (conta-se no mercado quatro clãs que controlam grandes veículos) decidiu diversificar seus investimentos e entrou nos ramos de serviços funerários e de pets.

Um Rio de abraços

Rodrigo Bacelar, presidente da ALERJ, e Claudio Castro, governador do Rio, apararam arestas. Presidente do União no Estado, Bacellar é apontado como um potencial sucessor de Castro. Eduardo Paes jurou que não será candidato. O tempo dirá.

Fiat lux, no Rio

A principal patrocinadora do G20 no Rio de Janeiro é a Enel. Ela mesma, a companhia com capital italiano que controla a distribuição de energia (ou a falta dela) em São Paulo. Que se faça luz no Rio.