INOVAÇÃO Embraer faz teste com EMB-203 Ipanema elétrico (Crédito:Divulgação)

A notícia de que a Nasa irá fazer o primeiro teste no início de 2022 com seu modelo elétrico, o X-57 Maxwell, só reforça uma percepção crescente: as hélices passaram a ser uma inovação nos aviões. O motivo é a economia de combustível e a maior eficiência energética e ambiental. Embora eventualmente pareçam antiquadas, essas aeronaves elétricas em desenvolvimento são o que existe hoje de mais avançado na indústria aeronáutica. São muito mais sustentáveis e leves do que os jatos e apontam para uma aviação corriqueira, mais barata e com viagens cada vez mais curtas. O protótipo da Nasa, do tamanho de um jato executivo, possui doze motores instalados ao longo das asas que são abastecidos por baterias de íon-lítio colocadas no assoalho do avião e poderá atingir mais de 600 Km/h. Com o avanço das pesquisas, espera-se que aviões elétricos cumpram, em médio prazo, a função de atender a aviação regional e percorrer distâncias de dezenas ou centenas de quilômetros por um custo ótimo, 20% ou 30% mais baixo do que uma aeronave que usa combustíveis fósseis no mesmo percurso, além de emissão zero de CO2.

A corrida pelo avião elétrico mobiliza fabricantes tradicionais e startups de vários países Há pelo menos cinco projetos robustos de aeronaves de passageiros que dispensam o uso de combustíveis fósseis prosperando atualmente, além de várias pesquisas avançadas com veículos elétricos com decolagem vertical (eVTOL), os chamados carros voadores. A Embraer, por exemplo, atua em diversas frentes. Desde 2019, a empresa, em parceria com a Força Aérea Brasileira (FAB) vem trabalhando no modelo Stout (transporte utilitário de decolagem curta), de uso militar e comercial, que irá substituir o C-97 Brasília e utilizará quatro motores, dois turboélices e dois elétricos. A empresa também avança com seu modelo de eVTOL, o Eve, e acaba de fazer um teste bem-sucedido e histórico com o avião de pulverização agrícola EMB-203 Ipanema, utilizando três motores elétricos. Apesar de parecer um evento modesto com uma aeronave do passado, trata-se de uma das maiores conquistas recentes da indústria aeronáutica brasileira.