Em silêncio, com base no trabalho e sem o brilhantismo de nomes consagrados, Danilo tomou conta da da lateral-direita da Seleção Brasileira.

Lesionado no tornozelo esquerdo na estreia contra a Sérvia no Mundial na última segunda-feira (24), sua vaga será disputada pelo experiente Daniel Alves e pelo zagueiro Éder Militão.

A situação médica do jogador, no entanto, se ofusca em meio às notícias sobre Neymar, que também precisou deixar o campo por uma lesão no tornozelo e desfalcará o Brasil no segundo jogo da fase de grupos, contra a Suíça, nesta segunda-feira (28).

Ainda assim, a ausência do lateral-direito é um golpe muito duro para a defesa do técnico Tite, a menos vazada da América do Sul, com apenas cinco gols sofridos nos 17 jogos das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo.

“Os dois são muito importantes para a gente. Eles estão fazendo o máximo para poder estar de volta o mais rápido possível”, disse o zagueiro Marquinhos em coletiva de imprensa na véspera do próximo confronto.

A dupla não estará em campo contra os suíços no jogo que pode garantir a classificação para as oitavas de final em caso de vitória e se Camarões não superar a Sérvia.

Porém, a recuperação pode levar mais tempo do que o previsto e Tite, por sua vez, não revelou quem irá substituí-los, em uma estratégia inusitada de não dar informações aos adversários.

– O retorno de um capitão –

Sem a aura dos antigos defensores consagrados, como Cafu ou Carlos Alberto, Danilo se tornou indiscutível na defesa brasileira a caminho do Catar, em seu segundo Mundial após a edição da Rússia, em 2018.

Tite apostou em sua titularidade depois da conquista da Copa América em 2019, em que disputou todas as partidas da competição, além de 13 dos 17 jogos das Eliminatórias.

“Tanto na Seleção quanto nos clubes onde jogou, Danilo tem conseguido conquistar o respeito de todos ao seu redor, pois é um menino de grande personalidade. Está sempre focado nos jogos e isso, além de suas qualidades técnicas, o fazem se destacar onde quer que jogue”, disse Tite ao jornal italiano Tuttosport, em novembro.

Já classificado para o Catar, o técnico começou a buscar um possível substituto para seu titular absoluto. Testou dois laterais, Daniel Alves e Emerson Royal, e dois zagueiros com conhecimento da posição, Éder Militão e Ibañez.

Mas o treinador havia prometido ao ex-jogador do Barcelona, capitão na Copa América de 2019 e atualmente no Pumas do México, que o convocaria desde que estivesse em boa forma física e com ritmo competitivo.

Assim, o jogador com mais títulos na história do futebol (43), recebeu uma chance de Tite para evocar a experiência e motivar os mais jovens.

Sua convocação, no entanto, gerou muitas críticas, pois o experiente zagueiro, que aos 39 anos é o brasileiro mais velho a ser convocado para uma Copa do Mundo, não joga uma partida oficial desde setembro.

A última vez que Dani Alves disputou jogos pelo Brasil foram nas vitórias contra a Coreia do Sul (5 a 1) e Japão (1 a 0), nos amistosos de junho.

“Se o Daniel Alves está aqui é porque tem todas as condições e nós confiamos nele”, disse Casemiro no sábado (26). “Ele não veio aqui para passear”, completou.

– Reforço defensivo –

Durante as partidas amistosas em junho, Danilo se machucou e Tite precisou tomar uma decisão igual a que enfrenta hoje em Doha: escolher entre Daniel Alves ou Militão. O ex-Paris Saint-Germain foi selecionado, mas o zagueiro do Real Madrid teve minutos no jogo contra o Japão.

No anúncio da lista dos 26 convocados, no dia 7 de novembro, Tite alertou sobre a importância de ter jogadores versáteis como forma de antecipar possíveis lesões e suspensões.

O atleta do Real Madrid, de 24 anos, que disputa sua primeira Copa, chamou atenção em sua passagem pelo São Paulo, onde chegou a atuar como lateral-direito, por ter se mostrado à altura como zagueiro, em uma defesa em que Marquinhos e Thiago Silva costumam ter prioridade.

“O Tite me falou, sim, mas respeitando a gente, eu estou aqui só para treinar e fazer o meu papel e deixar essa decisão para ele”, disse Militão antes da estreia.

Nas vezes em que ocupou essa posição, Militão atacou pouco, mas deu segurança na defesa. Alves, por sua vez, apoia os meio-campistas em sua criação, mas a grande dúvida é se seu físico e velocidade estarão à altura de um Mundial.

“O Militão é um jogador que tem características para jogar naquela posição. O Dani Alves é um construtor, com uma capacidade técnica impressionante, além da liderança”, explicou Tite no domingo, um dia antes do jogo. “Mas não vou dizer quem vai jogar, esse é o resumo”, finalizou deixando as opções em aberto.

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