Governa a Bielo-Rússia um burocrata stalinista que pertenceu ao execrável Partido Comunista da ex-União Sovética. Seu nome e sobrenome: Alexander Lukashenko. Ele integra a “Aliança do avestruz”, expressão formulada pelo professor da FGV Oliver Stuenkel para indicar os quatro países nos quais os presidentes ou ditadores negam a gravidade do coronavírus: Brasil, Turcomenistão, Nicarágua e Bielo-Rússia. Alexander considera-se um gênio em todos os setores. Da medicina, então, nem se fala. Ele diz ao seu amordaçado povo que tem a cura do vírus. Pura asnice: beber vodca, muita vodca. E fazer sauna, muita sauna. Se no Brasil o presidente Jair Bolsonaro chamou a Covid-19 de “gripezinha”, o Bolsonaro da Biela-Rússia considera a pandemia uma “coronapsicose”. Se alguém imagina que o doutor Alexander recomenda que as pessoas somente tomem a vodca, está enganado. Ele ordenou que todos os cidadãos lavem as mãos com essa bebeida alcoólica e, também com ela, banhem-se uma vez a cada três dias. Dá-lhe vodca! A teimosia do ditador não tem limites: em toda a Europa existe apenas um campeonato de futebol que não foi interrompido: o campeonato da Biella-Rússia, é claro. O país tem uma população de aproximadamente dez milhões de habitantes e PIB de US$ 60,5 bilhões.

Caipirinha

No Brasil, em 1918, durante a gripe espanhola, correu a absurda asneira que pinga com limão curava a doença. Por incrível que pareça, foi assim que nasceu a hoje famosa caipirinha.

R$ 7 bilhões é o quanto foi concedido em novos empréstimos consignados, no último mês, para aposentados e pensionistas

ECONOMIA
Dívida de consignados é suspensa

Estão suspensos por quatro meses os descontos dos empréstimos consignados feitos por aposentados e pensionistas junto ao INSS. A determinação foi tomada pela Justiça Federal do Distrito Federal e passou a vigorar, desde a última semana, em todo o País. O juiz Renato Coelho Borelli atendeu, assim, ao pedido de uma ação popular organizada pelo advogado Márcio Casado, que solicitava o repasse direto de benefícios sem o desconto na folha de pagamento. A medida beneficiará sessenta milhões de brasileiros endividados: devem cerca de R$ 138 bilhões.

STJ
Há indícios de crimes praticados por Flávio Bolsonaro

Mateus Bonomi

Caiu por terra, na semana passada, a pretensão do senador Flávio Bolsonaro (à dir.) de anular a investigação que ocorre contra ele por peculato e lavagem de dinheiro à época em que foi deputado estadual no Rio de Janeiro. A defesa de Flávio alegava ilicitude na quebra de seus sigilos fiscal e bancário. O ministro Felix Fischer, do STJ, entendeu que nada houve de irregular e que o levantamento dos sigilos se deu por meio de “decisões judiciais devidamente fundamentadas (…) e no amparo de fortes indícios de materialidade e autoria de crimes”. Os relatórios de inteligência financeira revelaram movimentações “atípicas de recursos” no gabinete do então deputado Flávio, como, por exemplo, o R$ 1,2 milhão envolvendo o ex-assessor Fabrício Queiroz. Um dos argumentos da defesa foi que houve comunicação informal entre o Ministério Público e o Coaf. A tese foi rejeitada por Fischer, que seguiu, assim, decisão do STF. Essa é a nona vez que Flávio tentou parar as investigações.

LIVROS
Para aprender e se divertir

Em um momento de protagonismo da medicina devido à tensão decorrente da pandemia, o escritor americano Thomas Hager resgata a relação da humanidade com as drogas — assim chamados os medicamentos que já salvaram o mundo e também aqueles que o arruinaram. Trata-se do livro “Dez Drogas”, no qual o autor narra dez mil anos de evolução da indústria farmacêutica. Sobre princípios ativos extremamente populares, como, por exemplo, o ácido acetilsalicílico, Hager tece uma explicação desde a sua origem até a transformação, após teste laboratorial, em remédio consumido em todo o mundo. “Dez Drogas” tem o mérito de abordar temas técnicos de forma leve e plena de curiosidades para o público não especializado.

POLÍTICA
Palanque de alto nível

Divulgação

As manifestações de 1º de maio desse ano, Dia do Trabalho, serão culturalmente mais ricas em relação às passadas que se limitavam a reunir demagógicos sindicatos e oportunistas centrais sindicais. É claro que eles também estarão presentes nos festejos de 2019, mas haverá um ganho de qualidade no País: será realizado um palanque virtual, no qual estarão Fernando Henrique Cardoso, Rodrigo Maia, Flávio Dino, Ciro Gomes e Lula — quanto a esse último, esqueçamos o ganho intelectual.

SAÚDE
Operadoras ignoram pandemia

As operadoras de assistência médica privada querem derrubar a obrigatoriedade de atender inadimplentes vítimas do coronavírus. Tal procedimento foi determinado pela ANS. As operadoras se queixam de que a agência só pode destinar-lhes R$ 15 milhões para essas despesas. A Federação Nacional de Saúde Suplementar afirma que não há garantia de preservação de contratos e acha que o pedido da ANS estimula a falta de pagamento dos clientes — chamou de caloteira gente honesta que não pode pagar porque acabou o dinheiro. Empresários, banqueiros, gente da classe média, gente remediada e gente pobre, cada um está ajudando como pode os mais necessitados. Passou da hora das operadoras pensarem mais em saúde e menos em lucros.