24/04/2020 - 9:30
Governa a Bielo-Rússia um burocrata stalinista que pertenceu ao execrável Partido Comunista da ex-União Sovética. Seu nome e sobrenome: Alexander Lukashenko. Ele integra a “Aliança do avestruz”, expressão formulada pelo professor da FGV Oliver Stuenkel para indicar os quatro países nos quais os presidentes ou ditadores negam a gravidade do coronavírus: Brasil, Turcomenistão, Nicarágua e Bielo-Rússia. Alexander considera-se um gênio em todos os setores. Da medicina, então, nem se fala. Ele diz ao seu amordaçado povo que tem a cura do vírus. Pura asnice: beber vodca, muita vodca. E fazer sauna, muita sauna. Se no Brasil o presidente Jair Bolsonaro chamou a Covid-19 de “gripezinha”, o Bolsonaro da Biela-Rússia considera a pandemia uma “coronapsicose”. Se alguém imagina que o doutor Alexander recomenda que as pessoas somente tomem a vodca, está enganado. Ele ordenou que todos os cidadãos lavem as mãos com essa bebeida alcoólica e, também com ela, banhem-se uma vez a cada três dias. Dá-lhe vodca! A teimosia do ditador não tem limites: em toda a Europa existe apenas um campeonato de futebol que não foi interrompido: o campeonato da Biella-Rússia, é claro. O país tem uma população de aproximadamente dez milhões de habitantes e PIB de US$ 60,5 bilhões.
No Brasil, em 1918, durante a gripe espanhola, correu a absurda asneira que pinga com limão curava a doença. Por incrível que pareça, foi assim que nasceu a hoje famosa caipirinha.
R$ 7 bilhões é o quanto foi concedido em novos empréstimos consignados, no último mês, para aposentados e pensionistas
ECONOMIA
Dívida de consignados é suspensa
Estão suspensos por quatro meses os descontos dos empréstimos consignados feitos por aposentados e pensionistas junto ao INSS. A determinação foi tomada pela Justiça Federal do Distrito Federal e passou a vigorar, desde a última semana, em todo o País. O juiz Renato Coelho Borelli atendeu, assim, ao pedido de uma ação popular organizada pelo advogado Márcio Casado, que solicitava o repasse direto de benefícios sem o desconto na folha de pagamento. A medida beneficiará sessenta milhões de brasileiros endividados: devem cerca de R$ 138 bilhões.
STJ
Há indícios de crimes praticados por Flávio Bolsonaro
Caiu por terra, na semana passada, a pretensão do senador Flávio Bolsonaro (à dir.) de anular a investigação que ocorre contra ele por peculato e lavagem de dinheiro à época em que foi deputado estadual no Rio de Janeiro. A defesa de Flávio alegava ilicitude na quebra de seus sigilos fiscal e bancário. O ministro Felix Fischer, do STJ, entendeu que nada houve de irregular e que o levantamento dos sigilos se deu por meio de “decisões judiciais devidamente fundamentadas (…) e no amparo de fortes indícios de materialidade e autoria de crimes”. Os relatórios de inteligência financeira revelaram movimentações “atípicas de recursos” no gabinete do então deputado Flávio, como, por exemplo, o R$ 1,2 milhão envolvendo o ex-assessor Fabrício Queiroz. Um dos argumentos da defesa foi que houve comunicação informal entre o Ministério Público e o Coaf. A tese foi rejeitada por Fischer, que seguiu, assim, decisão do STF. Essa é a nona vez que Flávio tentou parar as investigações.
LIVROS
Para aprender e se divertir
Em um momento de protagonismo da medicina devido à tensão decorrente da pandemia, o escritor americano Thomas Hager resgata a relação da humanidade com as drogas — assim chamados os medicamentos que já salvaram o mundo e também aqueles que o arruinaram. Trata-se do livro “Dez Drogas”, no qual o autor narra dez mil anos de evolução da indústria farmacêutica. Sobre princípios ativos extremamente populares, como, por exemplo, o ácido acetilsalicílico, Hager tece uma explicação desde a sua origem até a transformação, após teste laboratorial, em remédio consumido em todo o mundo. “Dez Drogas” tem o mérito de abordar temas técnicos de forma leve e plena de curiosidades para o público não especializado.
POLÍTICA
Palanque de alto nível
As manifestações de 1º de maio desse ano, Dia do Trabalho, serão culturalmente mais ricas em relação às passadas que se limitavam a reunir demagógicos sindicatos e oportunistas centrais sindicais. É claro que eles também estarão presentes nos festejos de 2019, mas haverá um ganho de qualidade no País: será realizado um palanque virtual, no qual estarão Fernando Henrique Cardoso, Rodrigo Maia, Flávio Dino, Ciro Gomes e Lula — quanto a esse último, esqueçamos o ganho intelectual.
SAÚDE
Operadoras ignoram pandemia
As operadoras de assistência médica privada querem derrubar a obrigatoriedade de atender inadimplentes vítimas do coronavírus. Tal procedimento foi determinado pela ANS. As operadoras se queixam de que a agência só pode destinar-lhes R$ 15 milhões para essas despesas. A Federação Nacional de Saúde Suplementar afirma que não há garantia de preservação de contratos e acha que o pedido da ANS estimula a falta de pagamento dos clientes — chamou de caloteira gente honesta que não pode pagar porque acabou o dinheiro. Empresários, banqueiros, gente da classe média, gente remediada e gente pobre, cada um está ajudando como pode os mais necessitados. Passou da hora das operadoras pensarem mais em saúde e menos em lucros.