Arte abstrata, conceitual, política: obras de mais de 1.000 artistas latino-americanos serão exibidas a partir de quinta-feira, até janeiro de 2018, em uma enorme exposição que se estende por toda Los Angeles.

Do México à Argentina, junto com o Caribe e algumas obras de Europa e América do Norte, a segunda edição da “Pacific Standart Time” (PST) é dedicada à diversidade artística da América Latina e dos americanos de origem latina.

“As relações entre o norte e o sul são mais profundas, longas e duradouras do que as fronteiras políticas”, disse Jim Cuno, presidente do grupo organizador J. Paul Getty, donos do museu Getty, em apresentação à imprensa.

Os organizadores da PST – planejada durante cinco anos – indicaram que se trata do maior evento realizado nos Estados Unidos focado unicamente na América Latina e em sua arte.

Mais do que exibições individuais, destacam as coletivas com temas como a amálgama cultural mexicano-americana na Califórnia nos séculos XIX e XX, assim como as realidades na fronteira que o presidente americano, Donald Trump, quer dividir com um muro.

“Há uma gigantesca ponte cultural que é mais do que transnacional, é intergalática”, definiu na feira o artista mexicano Abraham Cruzvillegas.

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Para além da obra, haverá uma análise do material usado como tela de pintura: “Fazendo Concretismo” é uma exposição que analisa obras de Brasil e Argentina da mundialmente reconhecida coleção da venezuelana Patricia Phelps de Cisneros.

As peças foram entregues ao museu Getty em empréstimo por três anos, nos quais o Departamento de Pesquisa e Conservação “analisou como os artistas usaram os materiais disponíveis em seu momento para produzir estas obras”, explicou Cisneros à AFP. “E isso nunca teria sido feito na América do Sul”.

“Nossos artistas nem sempre tinham telas ou pinturas normais, e usavam o que conseguiam”, indicou a curadora.

O programa da PST está no site https://www.pacificstandardtime.org/. Há mostras em Santa Bárbara, Palm Springs, San Diego, além de Los Angeles, abarcando desde pequenos centros culturais até os maiores e mais prestigiados museus.

É uma cidade com “força para construir pontes, e não muros”, insistiu Cuno.


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