Os muros que protegem a Casa Branca podem ser altos, mas as cercas ao redor dela são fáceis de pular. Os casos extraconjugais de presidentes americanos nem sempre foram tratados como segredos de estado, e o recente leilão de um lote de cartas de John Fitzgerald Kennedy para sua amante sueca, Gunnila von Post, trouxe a público uma prova material da traição. É umas das diversas histórias citadas no livro “Sex with Presidents – Ins and Outs of Love and Lust in the White House”, lançado nos EUA pela jornalista Eleanor Herman.

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A obra narra aventuras sexuais desde a época de Thomas Jefferson, um dos “pais fundadores”. Ele teve seis filhos com uma de suas escravas, Sally Hemmings, meia-irmã de sua própria esposa. O livro traz outras curiosidades: Franklin Delano Roosevelt encontrava tempo para se relacionar com a amante, Lucy, sua assistente de 22 anos, em plena Segunda Guerra. Há também escândalos mais recentes, mas apesar de Bill Clinton quase perder o cargo graças ao caso com a estagiária Monica Lewinsky, e Donald Trump ter sido acusado de contratar uma estrela pornô, Stormy Daniels, é JFK quem leva o troféu de maior conquistador da história de Washington.

“Adorei o tempo que passamos juntos no último verão. É uma memória brilhante da minha vida. Você é maravilhosa e estou com saudade ” John F. Kennedy, em carta a Gunilla von Post

VIDA DUPLA John Kennedy: o campeão da traição conjugal (Crédito:Divulgação)

Romance proibido

Três cartas do então senador americano para sua amante sueca, Gunilla von Post, foram leiloadas na semana passada por US$ 88 mil. A correspondência traz uma frase que deixou até seus biógrafos surpresos: “Adorei o tempo que passamos juntos no último verão. É uma memória brilhante da minha vida. Você é maravilhosa e estou com saudade”. A forma afetuosa chamou a atenção não apenas porque o presidente não era do tipo romântico, mas pelo período em que a correspondência foi escrita. Ele e Gunilla se conheceram em 1953, em Cannes, na França, poucos meses antes do casamento de Kennedy com Jacqueline. Continuaram se encontrando até 1955, quando JFK escreveu para convidá-la a visitar os EUA. No texto de apresentação do material, os organizadores do leilão explicaram que o presidente queria se separar de Jacqueline e casar com a amante, mas que foi impedido “por seu pai, por suas ambições políticas e por pena da esposa, que havia acabado de sofrer um aborto”. Em 1956, três anos após seu casamento, o presidente ficou sabendo que Gunilla havia ficado noiva. “Se você não se casar, venha aos EUA porque eu gostaria de vê-la”, escreveu. No mesmo ano, Jacqueline deu à luz sua primeira filha, Caroline. O leilão revelou que as cartas foram encontradas em 2011 na residência de Gunilla, na Suécia, após sua morte.

POLÍTICA Jackie: a esposa sabia dos casos, mas não criticava JFK em público (Crédito:Divulgação)

A seriedade do caso à época foi ofuscada por dois romances públicos que o presidente não se esforçava para esconder nem da primeira-dama. Além da socialite Mary Pinchot Meyer, seu envolvimento mais famoso foi mesmo com Marilyn Monroe. A imagem da atriz cantando “Parabéns a você, senhor presidente” em seu aniversário de 45 anos correu o mundo e expôs Jacqueline ao ridículo, fato que ela nunca perdoou. Cinco anos depois do assassinato do presidente, em 22 de novembro de 1963, em Dallas, Jacqueline casou-se com o magnata grego Aristóteles Onassis e se mudou dos EUA. O legado político de JFK pode até ter sobrevivido, mas sua reputação pessoal como marido e homem dedicado à família desapareceu antes mesmo das cartas de Gunilla virem a público.