Nunca a sociedade esteve tão atenta à importância da preservação da água. As mudanças climáticas avançam e mostram seus efeitos em todo planeta, como secas e inundações sem precedentes. O 8º Fórum Mundial da Água, sediado em Brasília entre os dias 18 a 23, reforça a importância que o tema vem conquistando junto aos olhares de todo o mundo. “Já temos a confirmação de 15 chefes de estado, mais que em todas as edições”, disse Ricardo Andrade, diretor-executivo do evento. “E pela primeira vez temos uma agenda própria do Judiciário, com juízes da Corte Suprema e promotores”. São esperados 45 mil participantes de 150 países, em uma programação que conta com um espaço aberto e gratuito para a população e 300 sessões de debate. Essa é a primeira edição do encontro, que acontece a cada três anos, após a Organização das Nações Unidas (ONU) definir a disponibilização da água e do saneamento como um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), metas que devem ser implementadas por todos os países até 2030.

Rios urbanos

No Brasil os desafios não são poucos, mesmo que o País possua a maior reserva de água doce do mundo. Estima-se que 35 milhões de pessoas ainda não têm acesso à água tratada. Além disso, 45% do esgoto produzido é jogado no meio ambiente sem nenhum tratamento, o que polui rios, reservatórios e mananciais. “A população associa rio com esgoto e quer se livrar deles. É o esgoto que deve ser tratado para que o rio fique livre”, diz José Bueno, arquiteto social e co-criador da Rios e Ruas. Ele mediará a mesa “Rios urbanos: cidadãos como agentes transformadores deste ambiente”. Outra mesa que discutirá a questão é “Projetos de cidades com consciência hídrica”, com 11 especialistas e autoridades da França, Coreia e África do Sul.

“A população associa rio com esgoto e quer se livrar deles. É o esgoto que deve ser tratado para que o rio fique livre” José Bueno, co-criador da Rios e Ruas


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias