Gerenciar as contas e os negócios de Diego Maradona, que morreu nesta quarta-feira (25) aos 60 anos, era uma missão delicada para seus amigos responsáveis até que o relacionamento era rompido com discussões e brigas veiculadas na mídia.

O ‘Pelusa’ teve grandes ganhos em sua carreira, mas as somas soam quase ridículas em comparação com o dinheiro que um atleta de elite embolsa atualmente.

No final da vida ele não passou necessidades financeiras, mas sua herança estava longe de refletir o esplendor da trajetória.

O astro queixou-se das más administrações de seus sucessivos representantes Jorge Cyterszpiller e Guillermo Cóppola.

“Estou ‘morto’ (ferido) porque dei a minha vida ao Guillermo e errei. Ele ficou com muito do meu dinheiro e não vou permitir. Ele, que tem este dinheiro, terá que devolvê-lo às minhas filhas (Dalma e Giannina). Dei uma procuração a alguém que acreditava ser meu amigo e ele não me respondeu como tinha prometido”, disse uma vez, desapontado.

Cóppola, um carismático e polêmico ex-bancário e intermediário de passes de jogadores, tornou-se ao longo dos anos uma personalidade da mídia na TV como um grande contador de anedotas.

O ex-jogador exigiu o pagamento de dois milhões de dólares, por diversos rendimentos, entre eles o lembrado jogo de homenagem na Bombonera em 2001, quando pronunciou sua famosa frase: “Eu errei e paguei, mas a bola não se mancha”.

Cóppola acompanhava Maradona sempre, eram inseparáveis. O ídolo deu seu apoio até quando o administrador estava na prisão acusado de porte de drogas.

“Todas as coisas que eu tinha dei a ele. Percebi que (Cóppola) mentiu para mim por muitos anos”, declarou o ex-jogador de futebol que morreu nesta quarta-feira de parada cardíaca aos 60 anos.

Cóppola substituiu o seu primeiro administrador e amigo, Jorge Cyterszpiller, que conheceu quando o astro jogou nas divisões juvenis do Argentinos Juniors.

Com Cyterszpiller eles criaram em 1980 uma empresa para explorar a imagem do ídolo. Mas em 1984 a ruptura ocorreu.

Em sua autobiografia, Maradona diz que “Cyterszpiller tinha se saído tão mal com os números que estávamos no zero, quebrou, com dívidas”.

A relação com Cóppola foi interrompida entre 1990 e 1995, quando o ex-DT contratou o empresário do futebol Juan Marcos Franchi.

Outro administrador temporário foi o empresário uruguaio Oldemar Barreiro Laborde, que mencionou a descapitalização sofrida por Maradona.