09/01/2023 - 7:45
De 20 a 28, a cidade mineira de Tiradentes acolhe a 26.ª edição da Mostra de Cinema Brasileiro. Nela, de 23 a 27, realiza-se a 16.ª Mostra Aurora, a grande vitrine da produção autoral e independente nacional. Este ano, a Mostra de Tiradentes sediará um fórum para discutir a realidade do setor e elaborar uma carta com o diagnóstico e as reivindicações da categoria.
A Mostra de Tiradentes é o primeiro de três grandes eventos de cinema que a Universo Produção realiza no ano. Os outros dois são o Cine OP, em junho, que privilegia o cinema brasileiro de arquivo, e mais para o fim do ano o CineBH, uma mostra de cinema internacional.
Somados, os três eventos totalizam a abordagem plena do cinema brasileiro e até mundial. Vanguarda, memória e mercado. O momento não poderia ser mais adequado para essa discussão. Os festivais voltaram a ser presenciais, mas o público ainda está reticente em voltar às salas. Só para lembrar, em Cannes, 2000, o festival abrigou outro fórum para discutir as mudanças que as novas tecnologias – o digital – poderiam provocar na estética e na indústria do cinema.
A Mostra Aurora de 2023, com curadoria de Francis Vogner dos Reis, Lila Foster e Camila Vieira, apresentará sete filmes na disputa pelo troféu Barroco: A Vida São Dois Dias, de Leonardo Mouramateus, As Linhas da Minha Mão, de João Dumans, Cervejas no Escuro, de Tiago A. Neves, Peixe Abissal, de Rafael Saar, Solange, de Nathalia Tereza e Tomás von der Osten, Vermelho Bruto, de Amanda Devulsky, e Xamã Punk, de João Maia Peixoto. “Não há uma questão específica a unir os filmes, nem tendência, e sim experiências diferenciadas que se relacionam àquilo que interessa a cada diretor”, define Vogner.
Selecionados pelos curadores, outros seis títulos integram a Mostra Olhos Livres, assim nomeada em homenagem ao diretor Carlos Reichenbach. Camila Vieira destaca: “Essa mostra abarca longas que propõem diferentes modos de criação no cinema, a partir de estilos diversificados e procedimentos estéticos que envolvem uma mirada mais livre e inventiva no modo de fazer”. Dois dos filmes selecionados são de autoras já premiadas/homenageadas em Tiradentes – Helena Ignez, A Alegria É a Prova dos Nove, e Paula Gaetán, O Canto das Amapolas. Completam a seleção – Cambaúba, de Cris Ventura, Alegorias, de Leonel Costa, O Cangaceiro da Moviola, de Luís Rocha Melo, e Terruá Pará, de Jorane Castro. As duas mostras – Aurora e Olhos Livres – contemplam obras de diferentes pontos do Brasil. Espelham as realidades regionais, culturais.
FÓRUM
Em 2023, Tiradentes fará história ao promover um fórum. Os Encontros pelo Audiovisual Brasileiro vão reunir profissionais da área para o diagnóstico dos pontos críticos da atividade que se intensificaram nos últimos quatro anos. A ideia é aproveitar o clima de esperança para elaborar uma carta com as reivindicações da classe. O fórum foi elaborado pelo ex-secretário do Audiovisual, Mário Borgneth, e contará com a presença confirmada da ministra do Supremo Tribunal Federal, Carmem Lúcia.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.