23/08/2019 - 9:03
A crise ambiental voltou a unir militares e Bolsonaro em torno de um mesmo ideal – como há muito não se via. Se nos últimos meses, caserna e governo andaram trocando farpas muitas vezes até públicas, agora o discurso voltou a se alinhar quase que integralmente. Os militares não gostaram nada da atitude do presidente francês Emmanuel Macron, que em mensagem classificou a questão amazônica de “crise internacional”e cobrou que os líderes do G7 tratassem “urgentemente” do tema. Coube ao ex-comandante do Exército, general Villas-Bôas, explicitar a insatisfação.
“Com uma clareza dificilmente vista, estamos assistindo a mais um país europeu, dessa vez a França, por intermédio do seu presidente Macron, realizar ataques diretos à soberania brasileira, que inclui, objetivamente, ameaças de emprego do poder militar”, disse.
De acordo com Villas-Bôas, falta “autoridade moral” para a França “país que é a pátria do Iluminismo, mas quando viaja se esquece de levá-lo consigo”. Seguem os petardos do general:
“Trata-se da mesma França que de 1966 até 1996, a despeito dos reclamos mundiais, realizou 193 testes nucleares na Polinésia Francesa, expondo o Taiti, ilha mais povoada da região, a índices de radiação 500 vezes maiores que o máximo recomendado por agências internacionais”.
Para o ex-comandante do Exército, a questão ultrapassa os limites do aceitável na dinâmica das relações internacionais. “É hora do Brasil e dos brasileiros se posicionarem firmemente diante dessas ameaças, pois é o nosso futuro, como nação, que está em jogo”. Melhor apoio impossível para Bolsonaro.