17/07/2019 - 14:13
Autoridades paquistanesas prenderam, nesta quarta-feira, o suposto autor intelectual dos atentados de 2008 em Mumbai, segundo fonte de segurança, uma captura saudada pelos Estados Unidos em um momento de pressão para que Islamabad combata os extremistas.
O clérigo Hafiz Saeed – designado “terrorista” pelos Estados Unidos e pela ONU, e por quem havia uma recompensa de 10 milhões de dólares – foi preso em uma operação antiterrorista na cidade de Gujranwala, no leste do Paquistão.
“Hafiz Saeed estava a caminho de Gujranwala para pedir fiança em outro caso quando foi preso”, disse um oficial de segurança sob condição de anonimato.
Um porta-voz do grupo de Saeed, o Jamaat-ud-Dawa (JuD), uma ala da organização militante Lashkar-e-Taiba (LeT), confirmou a prisão da AFP, mas não deu mais detalhes.
Outro membro das forças de segurança disse que a prisão está relacionada a acusações de financiamento do terrorismo.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, saudou a detenção de Saeed, um dos suspeitos de planejar a ofensiva deixou mais de 160 mortos.
“Depois de dez anos de busca, o chamado ‘cérebro’ dos atentados de Mumbai foi detido no Paquistão”, tuitou Trump.
“Foi uma forte pressão nos últimos dois anos para encontrá-lo!”, acrescentou, em uma aparente alusão à influência de seu governo sobre Islamabad.
No passado, Saeed passou por diferentes tipos de reclusão. Ficou algumas vezes sob prisão domiciliar e, em outras, foi detido e depois solto pelas autoridades. No Paquistão, gozava de liberdade de movimento, o que era motivo de irritação para a Índia.
Esta nova detenção acontece poucos dias antes da visita do premiê paquistanês, Imran Khan, à Casa Branca. É sua primeira visita oficial a Washington desde sua eleição.
O ex-campeão de críquete buscará reforçar os laços entre estes dois países aliados, cujas relações nos últimos tempos foram tumultuadas.
A reunião entre ambos os presidentes será no Salão Oval, em 22 de julho, e deve ser dedicada, em grande parte, ao Afeganistão, após as negociações entre representantes dos talibãs e diplomatas americanos em Doha, no Catar.
O Paquistão é considerado um ator central no conflito afegão. Tanto Washington quanto Cabul acusam o país de apoiar grupos extremistas armados. Islamabad nega as acusações.