17/06/2019 - 18:34
A americana Gloria Vanderbilt, herdeira, estilista e ícone da moda, morreu nesta segunda-feira (17), aos 95 anos, após uma batalha contra um câncer de estômago – anunciou seu filho, o jornalista da CNN Anderson Cooper.
Vanderbilt, que cresceu na França “sem saber nada do dinheiro que herdaria aos 21 anos”, foi “uma mulher extraordinária que amava a vida e viveu como quis”, declarou Cooper em homenagem exibida pela CNN.
“Que mãe extraordinária, que mulher extraordinária!”, acrescentou.
A tataraneta do magnata ferroviário Cornelius Vanderbilt esteve no centro das atenções quando protagonizou uma batalha por sua custódia na década de 1930, antes de alcançar a fama por seu trabalho na concepção de sua própria linha de calças jeans e moda para mulheres.
“Foi pintora, escritora e estilista, mas, acima de tudo, uma mãe incrível, esposa e amiga. Ele tinha 95 anos, mas pergunte a qualquer um que era próximo dela que te dirá que era a pessoa mais jovem, mais genial e moderna que conhecia”, completou Cooper.
Artística e glamourosa, Vanderbilt também era conhecida por sua vida amorosa turbulenta, que incluiu quatro casamentos e um monte de pretendentes famosos como Frank Sinatra, Gene Kelly e Marlon Brando.
Nascida como Gloria Laura Madeleine Sophie em Manhattan, em 20 de fevereiro de 1924, filha do aristocrata Reginald Claypoole Vanderbilt e de Gloria Laura Mercedes Morgan, herdou um fundo multimilionário quando ainda era bebê.
A herança veio depois que seu pai – descendente de ricos empresários da navegação e do transporte ferroviário – morreu de sua dependência em álcool, pouco depois de um ano do nascimento de Gloria.
Sua mãe, Gloria Laura Mercedes Morgan, conhecida por sua instabilidade, levou Vanderbilt a Paris para que fosse criada por uma babá.
Mas a tia artista e filantropa de Vanderbilt, Gertrude Vanderbilt Whitney, pediu à justiça sua guarda em 1934, e acabou ganhando. A menina voltou para os Estados Unidos e morou em Nova York e Long Island.
A futura “socialite” fez uma imersão no mundo da arte, da modelagem, da poesia e da atuação, tentando construir uma identidade própria além de sua imensa herança. Casou-se pela primeira vez aos 17 anos com um sócio do chefe mafioso Charles “Lucky” Luciano.
Habitué das listas de mulheres mais bem vestidas e das colunas sociais, Vanderbilt serviu de inspiração para o escritor Truman Capote criar a personagem de Holly Golightly em seu romance de 1958 “Bonequinha de Luxo”.
Seus múltiplos empreendimentos artísticos levaram a revista Life a descrevê-la, em 1968, como “uma versão feminina do homem renascentista”.
Deixou marcas na moda dos anos 1970 com uma linha de calças jeans, para a qual ela mesma modelava.
Sua marca se expandiu para incluir vários tipos de peças de roupas, além de perfumes e roupa de cama, tornando-se um negócio de 100 milhões de dólares por ano.
Após o fracasso de sua primeira união, se casou mais três vezes, primeiro com o diretor de orquestra Leopold Stokowski, com quem teve dois filhos, e depois com o diretor de cinema Sidney Lumet.
De seu último casamento, com Wyatt Emory Cooper em 1963, teve mais dois filhos, Carter Vanderbilt Cooper e Anderson Hays Cooper.
Sofreu grandes tragédias pessoais: seu último marido morreu em uma cirurgia cardíaca em 1978 e um de seus filhos, Carter, se suicidou 10 anos depois.