O plano de paz prometido por Donald Trump para acabar com o conflito entre Israel e os palestinos será revelado após o Ramadã, que termina em 4 de junho, disse nesta terça-feira o genro e assessor do presidente americano, Jared Kushner.
Em um discurso em um fórum organizado pela revista Time, Kushner afirmou que esperava ter apresentado a proposta no final do ano passado, mas, na ocasião, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, convocou eleições e ainda precisa de tempo para formar uma coalizão.
“Uma vez feito isso, provavelmente estaremos no meio do Ramadã, por isso vamos esperar que acabe o Ramadã e em seguida, publicaremos o nosso plano”, disse Kushner, referindo-se ao mês de jejum diurno celebrando pelos muçulmanos e que termina no início de junho.
Os palestinos esperam com ceticismo o plano de Kushner, porque acreditam que Trump não é o mediador imparcial que seria necessário para o processo depois que reconheceu Jerusalém como a capital de Israel.
Mas Kushner, que também foi questionado sobre os laços de sua família com Netanyahu, disse que espera que sua “abordagem não convencional” dê frutos.
O genro de Trump recusou-se a responder a uma pergunta sobre se o plano iria incluir o apoio dos Estados Unidos a um Estado palestino, depois de a Casa Branca insinuar que não incluiria, embora disse que proporia investimentos para impulsionar a economia palestina.
“Nosso foco é em como melhorar a vida do povo palestino”, apontou.
“Abordamos todos os princípios do Estado porque temos que fazê-lo, mas também desenvolvemos um sólido plano de negócios para toda a região”, disse ele.
Kushner também afirmou que o plano resolveria as preocupações de segurança de Israel.
“Acho que o que vamos propor é algo que permite a Israel manter a segurança, mas haverá compromissos duros de ambos”.
Netanyahu prometeu em sua campanha eleitoral anexar partes da Cisjordânia onde residem colonos israelenses, um projeto que acabaria com as esperanças palestinas de obter um Estado.
Neste contexto, Netanyahu anunciou nesta terça que uma colônia na parte ocupada das Colinas de Golã será batizada com o nome do preidente americano, em agradecimento ao reconhecimento pelos Estados Unidos da soberania de Israel na parte desse território sírio anexado.