O presidente eleito Jair Bolsonaro não é um risco para a democracia, afirmou nesta segunda-feira, em Madri, o futuro superministro da Justiça, Sérgio Moro, o principal nome da Operação Lava Jato.
“Não vejo no presidente eleito um risco de autoritarismo ou risco à democracia”, declarou Moro durante uma série de conferências de personalidades da direita latino-americana.
Os críticos de Bolsonaro o consideram um perigo para a democracia por sua nostalgia da ditadura militar, embora durante a campanha tenha prometido ser “um escravo da Constituição”.
Moro, responsável pela prisão e condenação por corrupção e lavagem de dinheiro do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, aceitou ser ministro da Justiça e Segurança Pública do novo persidente.
“Por um lado, aceitei a proposta (para entrar no governo) porque eu entendi os compromissos institucionais e democráticos do presidente eleito. E, em segundo lugar, porque eu vi isso como uma oportunidade para impulsionar a luta contra a corrupção no Brasil a partir de outra esfera de poder”, argumentou Moro.
O ex-juiz também não teme que Jair Bolsonaro tenha uma política discriminatória contra as minorias depois de suas declarações racistas, homofóbicas e misóginas durante a campanha.
“As pessoas às vezes fazem declarações infelizes (…), isso não significa que se traduzirão em políticas públicas concretas e não há nada que indique que serão adotadas políticas discriminatórias contra as minorias no Brasil”, afirmou.
“Eu nunca aceitaria uma posição no governo se visse o menor risco de discriminação contra as minorias”, acrescentou.