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Quando o mundo assistiu, atônito, à cabeçada que o francês Zinedine Zidane desferiu no zagueiro italiano Marco Materazzi, na final da Copa da Alemanha de 2006, ninguém suspeitava que ele já havia entrado em campo extremamente nervoso. Não por ser o protagonista de uma das maiores competições esportivas do planeta, nem tampouco pela ansiedade de encerrar a carreira de forma gloriosa, presenteando seu país com o segundo título mundial. O motivo do descontrole era mais prosaico. Na noite anterior, o astro havia brigado com a mulher, Véronique, mãe de seus três filhos. “Pela primeira vez, ele entrou em campo sem a aliança de casamento”, disse à ISTOÉ a jornalista francesa Besma Lahouri, autora de Zidane: une vie secrète (Zidane: uma vida secreta), biografia não autorizada que chega às livrarias da França nesta semana e faz revelações pessoais, como um caso extraconjugal do craque.

A autora diz que teve a idéia de escrever sobre uma das celebridades mais cultuadas de seu país, eleita três vezes pela Fifa o melhor jogador do mundo, justamente após o golpe em Materazzi. “Não é todo dia que um atleta faz isso numa final de Copa”, comentou Besma. Foram dois anos de trabalho intenso e obstáculos. Como a barreira imposta pelo próprio biografado, que não só não quis dar entrevistas como orientou pessoas próximas a manterem silêncio.

Na obra, a autora revisita a trajetória do jogador de Marsellha, que, mesmo aposentado, fatura cerca de 3,5 milhões de euros por ano (R$ 9,65 milhões) só com publicidade. No entanto, um dos assuntos mais delicados, é a suspeita de doping. Segundo Besma, apesar de não ser obrigatório, normalmente um jogador expulso em Copa do Mundo é submetido ao controle. “Foi assim com Ronaldinho Gaúcho em 2002, por exemplo”, comenta, sobre a expulsão contra a Inglaterra. Zidane, que recebeu cartão vermelho em 1998 (França) e 2006, nunca foi examinado. “E a Fifa não sabe explicar o motivo”, diz a jornalista, lançando mais uma fagulha na imagem do semideus francês. Resta saber como a opinião pública reagirá.