O candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) à presidência, Fernando Haddad, concentrou nesta segunda-feira seus ataques no adversário Jair Bolsonaro, que lidera as pesquisas para as eleições de 7 de outubro, denunciando seu discurso discriminatório e seu programa econômico.

Haddad, que substituiu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), preso e impedido de concorrer à presidência, utilizou o movimento “#Ele não” para disparar contra Bolsonaro.

“Ele não porque desrespeita a diversidade, desrespeita as mulheres, desrespeita os negros”, afirmou Haddad para cerca de 400 pessoas após visitar Lula na sede da Polícia Federal em Curitiba, onde o ex-presidente cumpre pena de 12 anos e um mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro.

“Se vocês acham que o governo Temer é ruim, vocês ainda não conhecem as propostas do Bolsonaro para nossa economia. Ele quer cobrar o mesmo imposto do rico e do pobre. O pobre, que hoje não paga imposto, vai pagar 20% na fonte”.

Haddad também atacou os responsáveis pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff, destituída pelo Congresso em 2016. “Eles achavam que estava tudo resolvido porque tiraram a Dilma, prenderam o Lula, mas esqueceram de prender o povo”.

Em comício realizado esta noite na Cinelândia, no centro do Rio, para pouco mais de duas mil pessoas, Haddad declarou que “nunca se sabe o resultado de uma eleição antes de se abrir as urnas”. “Mas posso lhes dizer que nossa mensagem está chegando às pessoas. Estou sentindo isto por onde passo. Não foi por acaso que ocorreram as manifestações do sábado no Brasil dizendo ‘Ele não'”.

Em carta publicada no Jornal do Brasil, Lula pediu aos eleitores que “salvem a democracia” e rejeitem “a barbárie”.

“Em outubro teremos a oportunidade de resgatar a democracia outra vez, encerrando um dos períodos mais vergonhosos da história e dos mais sofridos para a nossa gente. O Brasil está muito perto de decidir, mais uma vez, pelo voto soberano do povo, entre dois projetos de país: o que promove o desenvolvimento com inclusão social e aquele em que a visão de desenvolvimento econômico é sempre para tornar os ricos mais ricos e os pobres mais pobres”.

Pesquisa Ibope divulgada nesta segunda-feira revela um avanço de quatro pontos nas intenções de voto em Bolsonaro, que passou de 27% para 31%, enquanto Haddad permanece estável em 21%.

A rejeição à Bolsonaro se manteve em 44%, enquanto a rejeição a Haddad subiu de 27% para 38%.