Um total de 43 casos de ebola, 13 deles confirmados, foi registrado desde o início de uma nova epidemia declarada em 1º de agosto, que deixou 33 mortos no leste da República Democrática do Congo, informou o ministério da Saúde neste sábado (4).
O ministério tinha anunciado na quarta-feira que um novo surto afetava os arredores da cidade de Beni, na província de Kivu do Norte, apenas uma semana depois de ter confirmado o fim de uma epidemia anterior no noroeste, que deixou 33 mortos.
Assim como a epidemia anterior, “a vacinação fará parte da resposta”, informou o ministério.
Entre os 33 mortos na nova epidemia, há três entre os 13 casos confirmados, segundo o boletim de situação epidemiológica publicado no sábado.
“Sabemos que houve três casos positivos no hospital de Beni e seis outros em Mangina”, uma aldeia situada a 30 km dali, declarou no sábado (4) o diretor-geral da luta contra a doença, o doutor Ndjoloko Tambwe Bathe.
Estes nove casos confirmados se somam aos outros quatro que testaram positivo das seis amostras analisadas em 31 de julho.
A epidemia foi declarada em Mangina. Ali, as autoridades sanitárias foram alertadas do caso de uma mulher de 65 anos, morta em casa no fim de julho após uma internação hospitalar.
“Depois de seu enterro não seguro, os membros de sua família que se ocupavam dela começaram a apresentar os mesmos sintomas e sete deles faleceram”, segundo o ministério.
Também foram registrados casos prováveis na província vizinha de Ituri.
“Colocamos para funcionar toda a maquinaria necessária para frear a expansão da epidemia em Beni. Só estamos no terceiro dia da organização da resposta. Não podemos dizer se há uma boa evolução ou não, simplesmente porque estamos avaliando a situação”, acrescentou o doutor Tambwe Bathe, citado na página online da rádio da ONU Okapi.
Essa região, situada ao norte da província de Kivu do Norte, é vítima frequente de grupos armados, entre eles o temido Allied Democratic Forces ugandês, que leva anos aterrorizando a região de Beni.
Um novo surto de ebola em uma região de conflito preocupa muito a Organização Mundial da Saúde (OMS).
“Na escala do grau de dificuldade, tentar acabar com a propagação de um patógeno mortalmente perigoso em uma zona de guerra está no mais alto [nível]”, disse na sexta-feira seu diretor-geral adjunto para preparo e resposta a emergências, Peter Salama.