MESSINA, 08 JUL (ANSA) – Um navio militar da Irlanda atracou no porto de Messina, no sul da Itália, na noite do último sábado (7), com 106 pessoas resgatadas no Mar Mediterrâneo, incluindo 93 homens, 11 menores e duas mulheres, uma delas grávida.   

O grupo foi recebido por manifestantes pró-acolhimento, que usavam camisetas vermelhas como parte de uma campanha nacional em defesa de refugiados.   

A operação de resgate foi coordenada pela Capitania dos Portos e pela Cruz Vermelha e ocorreu em águas territoriais da Líbia, na madrugada entre 4 e 5 de julho, poucas horas depois de o barco inflável em que os migrantes forçados estavam ter partido de Garabulli, na costa do país africano.   

O próprio Ministério do Interior da Itália autorizou o desembarque em Messina, mas o responsável pela pasta, Matteo Salvini, prometeu levar à União Europeia um pedido para fechar os portos do país para navios internacionais com deslocados externos.   

O tema deve ser discutido na próxima quinta-feira (12), em Innsbruck, na Áustria, durante uma cúpula informal dos ministros do Interior do bloco. “Após ter parado os navios das ONGs [proibidos de atracar na Itália por Salvini], na quinta-feira levarei à mesa europeia de Innsbruck o pedido italiano de bloquear a chegada em nossos portos de navios das missões internacionais atualmente presentes no Mediterrâneo”, disse.   

Desde o início do ano, 16.551 deslocados externos entraram na Itália pelo Mediterrâneo, queda de 77,39% em relação ao mesmo período do ano passado. O país endureceu suas políticas para refugiados e migrantes forçados após a posse do novo governo, formado pelo antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S) e pela ultranacionalista Liga, de Salvini. (ANSA)