05/07/2018 - 15:09
ROMA, 05 JUL (ANSA) – A ministra da Saúde da Itália, Giulia Grillo, anunciou nesta quinta-feira (5) que está grávida e que fará seu filho ser vacinado. A declaração, que pode soar óbvia para muitos, ganha caráter de posicionamento político em um país que abriga significativos movimentos antivacinação.
“Estou esperando um filho e o farei ser vacinado”, declarou Grillo, duas semanas depois de seu colega de governo, o ministro do Interior e vice-premier Matteo Salvini, ter dito que as 10 vacinas obrigatórias para crianças em idade escolar são “inúteis” e até “perigosas”.
Grillo, no entanto, é contra a exigência de que crianças estejam com a vacinação em dia para entrar na escola, estabelecida pelo governo anterior, de Paolo Gentiloni. Por conta disso, ela apresentou uma mudança que, embora mantenha oficialmente a obrigatoriedade, na prática esvazia a lei atual.
Para conseguir a presença de seus filhos nas escolas, os pais poderão apresentar uma “autocertificação”, ao invés do comprovante emitido pela Empresa Sanitária Local (ASL, na sigla em italiano), como previsto pela legislação.
Durante coletiva de imprensa em Roma, a ministra da Saúde pediu para as famílias não apresentarem comprovantes falsos. “Se algum pai tiver dúvidas legítimas, basta procurar o ministério para ter esclarecimentos. O caminho a se seguir é o da informação correta, sabendo que as vacinas são importantes”, disse.
Nos próximos dias, ela deve apresentar um projeto de lei a ser debatido no Parlamento para “flexibilizar” a obrigatoriedade.
Atualmente, as vacinas exigidas na Itália protegem contra poliomielite, difteria, tétano, hepatite B, coqueluche, sarampo, caxumba, varicela, rubéola e Haemophilus influenzae tipo b, que, entre outras coisas, causa meningites bacterianas. (ANSA)