12/06/2018 - 15:02
O pré-candidato à Presidência da República pelo MDB, Henrique Meirelles, participou na tarde desta terça-feira (12) de sabatina com jornalistas de ISTOÉ e ISTOÉ Dinheiro. O ex-ministro da Fazenda aparece com média de 1% nas pesquisas de opinião.
No início da entrevista, Meirelles afirmou que não abre mão de sua candidatura. “Podemos buscar alianças para uma convergência do centro político. Mas sempre com liderança de nossa candidatura, com o MDB na cabeça da chapa”, disse o pré-candidato. Segundo ele, o MDB é um partido forte, com estrutura nacional e seria o cabeça de chapa natural do centro.
Meirelles evitou o rótulo de candidato do presidente Michel Temer. “Gostaria que o Temer votasse em mim, como gostaria de votos de outras pessoas”, disse. Ele afirmou, no entanto, que defenderá o governo Temer. “Defenderei sim a política econômica, a reforma trabalhista e outras realizações do governo”, afirmou Meirelles.
Economia
Meirelles defendeu a política econômica e atribuiu a piora recente de desempenho a outros candidatos. “Alguns candidatos de esquerda e direita têm propostas que assustam o mercado e os consumidores. Isso prejudica a economia do País”, afirmou. Ele citou nominalmente Ciro Gomes e Jair Bolsonaro como candidatos com proposta que “desestabilizariam o país”.
Meirelles disse ainda ser contra a privatização da Petrobras. “Precisamos lembrar que a Petrobras é uma empresa monopolista. E uma privatização pura e simples criaria um monopólio privado no País, o que é errado”. O pré-candidato afirmou que seu projeto é que a Petrobras tenha mais capital privado, captado no mercado financeiro, além de maior concorrência.
Ainda sobre economia, o ex-ministro da Fazenda defendeu que uma maior atuação dos bancos públicos pode ajudar na queda dos juros para o consumidor final. Ele falou também que estimulará as fintechs, startups de tecnologia que podem atuar como auxiliares no sistema de crédito ao consumidor.
Reforma da Previdência
Segundo Meirelles, o atual sistema de Previdência funciona como um grande mecanismo de transferência de renda. “O sistema atual é injusto e transfere renda dos trabalhadores privados para trabalhadores públicos de maior renda”. O pré-candidato disse que, se eleito, trabalhará para aprovar a proposta enviada pelo governo Temer no início do ano. “Essa proposta sofreu algumas modificações no Congresso, mas ainda pode ser aprovada”, disse.
Questões sociais
Meirelles afirmou que, caso eleito, manterá os programas Bolsa Família e Minha Casa Minha Vida. Disse também que apoiará os refugiados da Venezuela que têm chegado a Roraima nos últimos meses.
Sobre temas polêmicos, o candidato disse ser a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo. “É uma questão individual”. Ele afirmou ser contra a redução da maioridade penal. “Não adianta superlotar ainda mais os já lotados presídios brasileiros”, afirmou. Sobre descriminalização das drogas, Meirelles defendeu a liberação da maconha, com alguns mecanismos de controle do Estado. Mas se mostrou conta qualquer flexibilização em relação a drogas mais pesadas, como a cocaína. “Dentre restrições de tráfego e incentivo. Tem que ser restringido, mas não podemos criminalizar o consumidor. Agora cocaína, não. Essa até o consumo tem que ser criminalizado.”
Assista à íntegra da sabatina com Henrique Meirelles
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