Definição de novo governo da Itália fica para amanhã

ROMA, 29 MAI (ANSA) – A definição do gabinete de Carlo Cottarelli, encarregado pelo presidente Sergio Mattarella de formar um novo governo na Itália, ficou para esta quarta-feira (30).   

Esperava-se que o economista apresentasse uma lista de ministros nesta terça (29), mas, após uma reunião de quase 50 minutos com o chefe de Estado, ele voltou à Câmara dos Deputados para continuar suas consultas.   

Em uma breve declaração à imprensa, o porta-voz da Presidência da República, Giovanni Grasso, disse que Mattarella e Cottarelli se encontrarão novamente na manhã desta quarta. “Não estou autorizado a dizer mais”, acrescentou.   

O adiamento aumenta as incertezas quanto ao futuro da Itália, que vê a Bolsa de Milão acumular seguidos pregões em queda (nesta terça a desvalorização foi de 2,65%) e o aumento dos juros de seus títulos públicos.   

Economista com longa trajetória no Fundo Monetário Internacional (FMI), Cottarelli foi encarregado como primeiro-ministro após o fracasso nas negociações para a formação de um governo entre o antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S) e a ultranacionalista Liga.   

O gabinete populista naufragou devido à sua insistência em indicar como ministro de Finanças um professor conhecido por suas críticas ao euro e à Alemanha, Paolo Savona, vetado por Mattarella. O presidente convocou Cottarelli para um governo de curto prazo e destinado a levar o país às urnas em 2019.   

Para isso, o economista precisará do voto de confiança do Parlamento, mas nenhum partido deve apoiá-lo, temendo o efeito nas urnas. Se tal cenário se confirmar, as eleições devem ser realizadas já no segundo semestre, provavelmente depois de agosto – alguns partidos se movimentam para realizar o pleito em julho.   

De qualquer forma, Cottarelli deve assumir o governo mesmo sem o voto de confiança, porém apenas para lidar com assuntos correntes. Seu gabinete será formado por “técnicos”, ou seja, pessoas com reconhecida trajetória em suas áreas ou nas instituições e sem pretensões políticas. (ANSA)