Começa julgamento de cinco membros de rede jihadista na França

Começa julgamento de cinco membros de rede jihadista na França

Cinco supostos membros de uma rede jihadista que conseguiu enviar 20 jovens da pequena cidade francesa de Lunel para a Síria começaram a ser julgados nesta quinta-feira em Paris, acusados ​​de conspiração terrorista.

Lunel, uma cidade de 26.000 habitantes a cerca de 30 quilômetros de Montpellier, tornou-se um símbolo do fervor jihadista que tomou conta de algumas comunidades muçulmanas nas cidades francesas.

Um grupo de 20 jovens, a maioria amigos de infância, partiu de Lunel para a Síria entre 2013 e 2014.

Quinze deles não retornaram e são alvos de mandados de prisão: oito supostamente morreram e os demais ainda estariam no país governado por Bashar al-Assad.

Na abertura do julgamento, a presidente do tribunal afirmou que o processo visa “entender se havia (em Lunel) um terreno fértil” para o jihadismo.

Os cinco acusados, com idades entre 29 e 47 anos, foram presos no final de 2015. Eles são acusados ​​de “conspiração terrorista”.

Adil Barki, de 39 anos, e Ali Abdoumi, de 47 anos, são acusados ​​de terem viajado à Síria para a jihad (guerra santa).

Abdoumi nega ter feito a viagem, enquanto Barki disse que só ficou algumas semanas e que seus recrutadores só lhe confiaram tarefas domésticas porque ele é propenso a ataques de pânico.

Os outros três réus, Hamza Mosli, Jawad S. e Saad B. não deixaram Lunel. O Ministério Público considera Mosli, que perdeu dois irmãos na Síria, “um personagem central” do grupo. Ele teria agido como intermediário entre os aspirantes a jihadistas e contatos na Síria.

Ao chegarem na Síria, os chamados “meninos perdidos” de Lunel primeiro juntaram-se ao Jaysh Muhammad (“Exército de Maomé”), um grupo próximo da Frente al-Nusra, então aliada da Al-Qaeda, antes de ingressarem no Estado Islâmico (EI).

A maioria dos jihadistas de Lunel eram amigos desde a infância, frequentavam a mesquita da cidade, reuniões sobre a religião e o pequeno restaurante “Le Bahut” de Abdelkarim, o primeiro a embarcar no caminho da jihad.

Em Lunel, reinava “uma atmosfera de jihad”, uma competição entre os jovens “para ver quem falava mais sobre isso”, disse Jawad aos investigadores.

O veredicto é esperado para 11 de abril.