Era o final da tarde do dia 17 de maio. O País parecia ter reencontrado o caminho do crescimento econômico e da estabilidade política quando foi surpreendido pela notícia de que o dono da JBS, Joesley Batista, havia fechado um acordo de delação premiada com o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot. Seu conteúdo seria devastador. Entre outras informações, trazia gravações de conversas de Batista com o presidente Michel Temer e vídeos como o que flagrou o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures carregando uma mala de dinheiro, resultado de propina. A delação serviu de base para denúncia da PGR contra Temer, mas acabou em xeque. Janot foi acusado de ter manipulado seu conteúdo e foi, inclusive, o fiador de um generoso acordo com Batista, agora questionado pela atual procuradora, Raquel Dodge. Flagrado em conversa com Pierpaolo Bottini, advogado dos Batista, em um bar de Brasília, Janot perdeu força. E a delação, também. O ex-procurador terminou assim melancolicamente seu mandato à frente da PGR, alvo de um pedido de investigação feito por CPI.