Quase um mês depois de ter sido internado por uma obstrução na uretra, o presidente Michel Temer retornará ao Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, na tarde desta sexta-feira 24. Dessa vez, passará por um cateterismo em razão de quadro de obstrução parcial de uma artéria coronariana. O problema foi detectado por exames de imagem no início de outubro, mas, na ocasião, não foi necessário realizar o cateterismo. Temer será submetido ao procedimento, com forte possibilidade de colocar um stent, que é uma pequena prótese instalada no interior da artéria para evitar a obstrução total do vaso. O stent é, hoje, um recurso de baixo risco da medicina e que prolonga a vida mesmo de pessoas com idade avançada.

Inicialmente, o cateterismo estava marcado para o sábado 25, mas o presidente pediu que o procedimento fosse antecipado para a tarde de sexta-feira porque, se confirmada a necessidade de colocar o stent, o tempo de recuperação do paciente é maior. Exige dois dias. Sua preocupação, ao ganhar 24 horas, foi devido a uma agenda previamente marcada para segunda-feira 27, em Brasília, com o presidente da Bolívia, Evo Morales. Temer não gostaria de perder o encontro com Morales.

Na manhã da sexta-feira, Temer ainda cumpriu agenda no Palácio do Planalto. Por volta do meio-dia, voou para São Paulo, e ao desembarcar, seguiu direto para o Hospital Sírio Libanês, onde foi recebido pelo médico cardiologista Roberto Kalil Filho, que coordena a equipe responsável pela saúde do presidente. Temer deve receber alta até domingo. A obstrução parcial de uma artéria coronariana é um problema comum em pessoas com mais de 60 anos — Temer tem 77. A cada 100 pessoas, pelo menos 20 possuem algum tipo de doença coronariana que, se agravada, pode provocar um ataque cardíaco.

Michel Temer é o presidente mais velho da história do País. No final de outubro, ficou três dias internado em Brasília por problemas urinários. Na ocasião, ele foi internado às pressas após passar mal no Palácio do Planalto exatamente no dia em que a Câmara votava a segunda denúncia da Procuradoria-Geral da República contra ele. A notícia caiu como uma bomba no Plenário e assustou os deputados. A obstrução da uretra, porém, é um problema comum em homens acima dos 70 anos. No caso do presidente, foi causada por um inchaço da próstata. Ele passou por uma cirurgia de raspagem com desobstrução da uretra através de ressecção da próstata e usou uma sonda por dois dias.

Temer passará por um cateterismo, quando provavelmente será colocado stent