O convênio assinado entre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o BID, prevendo financiamentos no total de US$ 2,4 bilhões nos próximos dez anos, complementa o funding do banco para cumprir suas obrigações de promoção do crescimento do País e devolução de recursos ao Tesouro no montante de R$ 180 bilhões até o final de 2018, dos quais R$ 50 bilhões já cumpridos este ano, de acordo com o presidente do banco de fomento, Paulo Rabello de Castro.

Segundo Rabello, o BNDES se prepara também para recorrer ao mercado de capitais no ano, local e externo, para complementar seu funding, o que, em certa medida, mas não necessariamente, dependerá da demanda que o banco identificar por suas linhas de crédito.

Ele também reiterou que o banco cumprirá com essa obrigação junto ao Tesouro. “O BNDES não objeta a devolução por motivos óbvios, somos mais do que parceiros do governo, somos o governo”, acrescentou. “Pelo estatuto social temos de fazer conta e, portanto, em relação a eventual devolução de 2018, que ocorrerá em 2018 em alguma medida, tem de haver uma conta de plena oferta de crédito do BNDES de um lado e a necessidade do governo de atender a regra de ouro e outros mecanismos de controle e disciplina fiscal”, disse.

Rabello de Castro acrescentou que nos primeiros meses de 2018, o BNDES irá medir a demanda por crédito para identificar a necessidade de outras fontes de funding. Nesse sentido, comentou que o BNDES estuda com o Ministério da Fazenda e com a Receita Federal a possibilidade de serem modificadas regras para que o banco possa emitir letras de crédito do agronegócio e imobiliárias que ofereçam aos investidores o mesmo benefício de isenção fiscal desses papéis emitidos pelos demais bancos.

“Até dois ou três anos atrás, tínhamos o PSI (linha de crédito para as micro, pequenas e médias empresas) que facilitava a captação, mas, à medida que estamos recorrendo a outras fontes, precisamos ter taxa de captação baixa para repassar a esses tomadores”, observou. “Buscamos a isonomia”, pontuou ele.

O mercado externo também deve ser explorado pelo banco de fomento, mas no ano que vem, de acordo com ele, e nesse sentido Rabello de Castro afirmou que visitas já estão sendo preparadas na Europa.

O presidente do BNDES afirmou ainda que representantes do banco vão na semana que vem a Nova York para visitar as agências de rating a fim de melhorar sua imagem nas classificadoras de risco. “Vamos iniciar conversação com agências de rating para oferecer um outro olhar para a qualidade de crédito do banco”, explicou. “Diria que o BNDES está três níveis acima da União”, afirmou ainda.