09/11/2017 - 14:18
A ideia parece simples: pensar cidades que possam tanto receber uma criança quanto um idoso. Na prática, contudo, ainda falta planejamento para que esse conceito chegue às cidades brasileiras – embora seja considerado essencial para alguns especialistas da área de Urbanismo, como a jornalista Mariana Barros, do projeto Esquina.
Segundo ela, um bairro “friendly” para o idoso é aquele que mistura moradia, comércios e serviços em perímetro de poucos quarteirões. “Idosos não precisam de uma cidade criada só para eles, mas de uma cidade existente”, declarou durante a manhã desta quinta-feira, 9, no 1° Fórum de Moradia para a Longevidade – evento realizado pelo jornal O Estado de S. Paulo em parceria com o sindicato imobiliário Secovi e com a feira Agin Free Fair.
Na prática, uma cidade boa para os idosos é acessível, caminhável e convidativa para andar e permanecer no espaço público, o que é positivo para todas as faixas etárias, não apenas as mais altas, defende Mariana. Ela aponta, contudo, que o planejamento é feito para um público mais restrito, entre 25 e 45 anos, empregado, saudável e com carro próprio.
Dentre os aspectos que mais precisam de mudanças no País ela assinala a situação das calçadas. Embora a legislação preveja que regras, na prática buracos, degraus e desníveis são comuns e dificultam a locomoção, causando acidentes.
Outros pontos abordados por ela são a necessidade de iluminação e segurança para garantir a presença dos idosos nas ruas, bem como a utilização de tecnologias de acessibilidade, como pisos táteis, faixas de pedestres na mesma altura das calçadas e rampas, dentro de uma lógica de design universal.
Além do urbanismo, esse conceito também chega à Habitação, com propostas que resgatam a ideia de vida em comunidade. “A moradia do futuro deve equilibrar privacidade e comunidade”, comentou o CEO da Edgar Werblowsky.