O Conselho Monetário Nacional (CMN) decidiu manter a Taxa de Juro de Longo Prazo (TJLP) em 7,0% ao ano. A decisão foi tomada em reunião ordinária realizada nesta quinta-feira, 28. A nova taxa vigorará no período de 1º de outubro a 31 de dezembro de 2017.

Atualmente, a TJLP é a principal referência para o crédito voltado ao financiamento de investimentos, como as operações ligadas ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A taxa é calculada com base na meta de inflação e em um prêmio de risco.

A partir de janeiro de 2018, no entanto, os novos contratos de financiamento fechados com o BNDES terão como referência a Taxa de Longo Prazo (TLP). O Banco Central estabeleceu, recentemente, a metodologia para o cálculo da TLP. A taxa será apurada mensalmente e será composta pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e por uma taxa de juros prefixada, ligada à Nota do Tesouro Nacional – Série B (NTN-B). Conforme o BC, esta taxa prefixada será definida na data de contratação da operação de financiamento e valerá por todo o prazo em que os recursos permanecerem aplicados nessas operações.

Casa da Moeda

O Banco Central deverá contratar a Casa da Moeda para produção de 80% das cédulas e moedas programadas para 2018. A decisão foi tomada pelo CMN em meio à discussão sobre a privatização da estatal. Esse porcentual da produção destinada à Casa da Moeda, porém, pode cair caso o preço pedido pela estatal não seja próximo ao pago no ano de 2017.

O texto da resolução aprovada diz que, para comprar as novas cédulas e moedas, o BC “buscará negociar preços compatíveis com aqueles contratados com a Casa da Moeda do Brasil em relação ao ano-calendário de 2017”. Se os preços combinados não forem próximos aos obtidos neste ano, o BC “ficará autorizado a reduzir o porcentual mínimo previsto”.

A decisão indica a busca de novos fornecedores para a produção do dinheiro brasileiro, já que a estatal Casa da Moeda sempre produziu integralmente as notas e moedas do real. Em 2016, porém, esse monopólio foi quebrado e o BC importou 100 milhões de cédulas de R$ 2 da sueca Crane AB ao custo de R$ 20,2 milhões.

Após essa importação, o BC anunciou o fechamento de dois novos contratos com a Casa da Moeda em abril deste ano. A autoridade pediu à estatal para produzir quase 1 bilhão de cédulas e mais de 600 milhões de moedas ainda este ano. O preço médio de produção das cédulas foi até 40,9% maior que o pago à empresa sueca.