ROMA E WASHINGTON, 15 SET (ANSA) – O Parlamento do Curdistão iraquiano aprovou uma resolução que marca o referendo de independência da região para o próximo dia 25 de setembro. Em uma sessão tumultuada nesta sexta-feira (15), a oposição deixou a votação em sinal de protesto.
O governo de Bagdá, as Nações Unidas e quase toda a comunidade internacional se declararam contrários ao referendo, ao menos, até quando o grupo terrorista Estado Islâmico (EI) não for derrotado.
Assim que a notícia foi divulgada, a Turquia voltou a elevar o tom e ameaçou impor sanções contra a região, e informou que conta com um “plano de ação” para reagir à convocação. Em entrevista à emissora estatal, o presidente turco, Recep Tayyip Erdoganm, reforçou que a decisão é “um grave erro”.
“As declarações de [Masud] Barzani [presidente do Curdistão iraquiano] estão profundamente erradas. Ele conhece a nossa sensibilidade em questões à integridade territorial do Iraque e do status de Kirkuk”, disse Erdogan lembrando que os dois países compartilham cerca de 350 quilômetros de fronteiras.
Já a Casa Branca emitiu uma nota em que informam que os “EUA não apoiam a intenção do governo regional do Curdistão de fazer um referendo no fim do mês”, e convidou as partes para “iniciar um diálogo sério e duradouro com Bagdá”.
Para os norte-americanos, o referendo “distrai os esforços de derrotar o Isis e estabilizar as áreas liberadas das mãos do grupo”.
No entanto, o governo de Israel poderia apoiar e reconhecer o Curdistão, segundo o ex-cônsul da Turquia em Irbil, que é capital da região, Audin Selcen. Em entrevista à agência rússia Sputnik, ele afirmou que os israelenses seriam os “primeiros” a reconhecer a independência por interesse na compra de petróleo do Governo Regional do Curdistão”.
Desde 1990, o Curdistão é uma área autônoma e reconhecida assim pela Constituição. (ANSA)