As mulheres judias poderão assumir a direção administrativa dos tribunais rabínicos, que, em Israel, detêm o monopólio da celebração de casamentos e do pronunciamento de divórcios entre judeus, decidiu nesta quarta-feira a Corte Suprema israelense.

Até agora apenas os homens eram autorizados a exercer estas funções.

“Em uma época na qual as mulheres exercem funções importantes no setor público, não se pode aceitar que não possam ser candidatas ao posto de diretoras administrativas nos tribunais rabínicos”, declarou Elyakim Rubinstein, juiz da Corte Suprema.

A função de juiz de um tribunal rabínico ou rabino de uma cidade, no entanto, permanece proibida às mulheres.

“Esta decisão constitui um passo importante na luta contra a discriminação das mulheres e contra o monopólio exercido pelos homens nas funções públicas”, declarou Batia Kahana-Dror, secretária-geral da “Mavoi Satum”, ONG de defesa dos direitos das mulheres, que apresentou a demanda à Corte Suprema.

Em Israel, onde não existe a separação entre Estado e religião, algumas funções do estado civil – casamentos, divórcios, etc – e alguns litígios familiares são definidas pelos tribunais religiosos das diferentes comunidades.

Em abril, a justiça israelense nomeou pela primeira vez uma juíza em um tribunal muçulmano.