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Santos de Neymar é o único
brasileiro que segue na Libertadores
 

Corinthians na fase qualificatória. Fluminense, Cruzeiro, Grêmio e Internacional nas oitavas. Apenas o Santos representará o futebol brasileiro na Copa Libertadores da América de 2011, apesar da maioria absoluta de classificados para esta etapa, com cinco agremiações. A queda de cariocas, mineiros e da dupla Gre-Nal nesta quarta-feira (4) sacramentou a pior participação das equipes nacionais na principal competição sul-americana neste século XXI. Desde o ano de 1994, o País não era representado por apenas uma agremiação na fase quartas de final.

Há exatos 17 anos, o São Paulo avançou às quartas de final ao eliminar o arquirrival Palmeiras e se credenciou como o único clube brasileiro na segunda etapa de mata-matas. Na época, coincidentemente, o Cruzeiro, o outro representante brasileiro naquele ano, foi o único protagonista do vexame da eliminação precoce – a equipe mineira acabou ficando em um empate sem gols com o Unión Espanhola, do Chile, no Mineirão, e deixou o torneio por conta da derrota por 1 a 0 no primeiro duelo. Vale lembrar que apenas três equipes brasileiras participaram daquela edição, média que se manteve nos anos seguintes.

Rival do Santos, o único a representar o Brasil na atual edição da Libertadores, o São Paulo encarou o algoz cruzeirense nas quartas de final, e espantou qualquer possibilidade de surpresa. Em 2011, o clube do litoral paulista também terá pela frente o adversário responsável por eliminar o clube mineiro: o colombiano Once Caldas, que, em plena Arena do Jacaré, venceu o time comandado por Cuca por 2 a 0 e tirou a melhor equipe da etapa de grupos do torneio.

Além das coincidências envolvendo o Cruzeiro, o Santos batalhará nas quartas de final para evitar um acontecimento constrangedor para a torcida. No ano de 2004, quando o time da Vila Belmiro apostava na geração de Robinho, Diego e Elano, um até então desconhecido Once Caldas surpreendeu. Depois de arrancar um empate por 1 a 1 no litoral paulista, a agremiação colombiana bateu o rival brasileiro por 1 a 0 e se classificou, conquistando, depois, o cobiçado título da Libertadores.

Desde a participação solitária do São Paulo nas fases finais do torneio, o Brasil surgiu como uma enorme potência na competição. A partir das três decisões disputadas pelo clube tricolor no torneio (somando os títulos de 1992 e 1993), os clubes nacionais observaram a importância de uma conquista continental e aumentaram a preparação para o torneio; postura que desvalorizou os campeonatos estaduais.

Assim, nos últimos 17 anos, as equipes brasileiras se acostumaram às etapas decisivas; e, principalmente, aos títulos. A partir de 1994, sete taças da competição vieram para o Brasil: Grêmio, em 1995; Cruzeiro, em 1997; Vasco, em 1998; Palmeiras, em 1999; São Paulo, em 2005; e Internacional, em 2006 e 2010 – sendo assim, entre os eliminados desta quarta-feira, apenas o Fluminense não chegou ao lugar mais cobiçado do futebol sul-americano: a conquista da Libertadores.

Decepção brasileira desde o início

Toda a decepção pelas quatro eliminações brasileiras desta quarta-feira não foi a única da edição de 2011 da Copa Libertadores da América. No dia 2 de fevereiro, na pequena cidade de Ibagué, na Colômbia, o Corinthians teve o desgosto de entrar para a história como o primeiro clube do País a cair na Pré-Libertadores.

Apesar da presença de Ronaldo, visivelmente fora de forma, em campo, o clube do Parque São Jorge não conseguiu superar o Deportes Tolima, até então desconhecido. Fora de casa, o time alvinegro perdeu por 2 a 0 e obteve a façanha negativa de ser o primeiro brasileiro a não disputar a fase de grupos do torneio e a deixar a competição sem sequer marcar um gol – no primeiro duelo, no Pacaembu, a agremiação comandada por Tite empatou por 0 a 0.

O vexame corintiano tornou-se mais claro por conta da participação do Tolima na Copa Libertadores. No Grupo 7, o clube colombiano somou apenas oito pontos e acabou eliminado precocemente por Cruzeiro, que aplicou uma goleada de 6 a 1 no algoz da equipe paulista, e Estudiantes de La Plata, agremiação a qual brigará por um lugar nas quartas de final nesta quinta-feira, contra o Cerro Porteño, no Paraguai – o primeiro duelo ficou no empate por 0 a 0.