Explosão em Moscou mata líder paramilitar pró-Rússia procurado por Kiev

Armen Sarkisyan, fundador de batalhão que combateu as forças de Kiev, morreu após bomba ser detonada em prédio de apartamentos de luxo. Mídia estatal russa fala em "assassinato meticulosamente planejado".

Explosão em Moscou mata líder paramilitar pró-Rússia procurado por Kiev

Um líder paramilitar pró-Rússia foi morto nesta segunda-feira (03/02) durante uma explosão em um prédio de apartamentos de luxo em Moscou, informaram meios de comunicação russos. A bomba teria sido detonada no momento em que Armen Sarkisyan, fundador de um batalhão que lutou contra as forças de Kiev no leste da Ucrânia, entrava no porão de um complexo às margens do Rio Moscou, a apenas 12 quilômetros do Kremlin.

Imagens divulgadas pelo Comitê Investigativo da Rússia mostram o saguão do prédio “Velas Escarlates” com portas de vidro quebradas e um teto danificado. A causa da explosão não foi informada, mas a agência estatal de notícias Tass citou uma fonte policial não identificada dizendo que uma bomba foi plantada no edifício.

+ ‘Putin é um filho da p.’, diz Mujica ao falar sobre guerra entre Rússia e Ucrânia

“A tentativa de assassinato de Sarkisyan foi meticulosamente planejada e foi encomendada. Os investigadores estão atualmente identificando os mandantes do crime”, disse um agente policial citado pela Tass.

O Comitê Investigativo disse que abriu um inquérito criminal sob acusações de homicídio por meios danosos ao público, tentativa de homicídio de duas ou mais pessoas e tráfico de armas.

Em dezembro, a Ucrânia assumiu o crédito pela morte do general russo Igor Kirillov em uma explosão de bomba do lado de fora de um prédio de apartamentos em Moscou. Não houve nenhum comentário imediato da Ucrânia sobre a explosão desta segunda-feira.

Colaborador pró-Rússia e “chefe do crime” em Donetsk

De acordo com a Tass e a agência de notícias RIA Novosti, ambas citando uma fonte policial, Armen Sarkisyan morreu no hospital em decorrência de seus ferimentos. A explosão também teria matado um dos guarda-costas de Sarkisyan e deixado outros três feridos.

Além de colaborador pró-Rússia, Sarkisyan também liderava uma federação de boxe na região de Donetsk, controlada por Moscou.

Em dezembro, o serviço de segurança SBU da Ucrânia o descreveu como um chefe do crime na região, acusando-o ainda de participar e ajudar “grupos armados ilegais”. Segundo Kiev, Sarkisyan teria formado uma unidade militar pró-Rússia composta por combatentes condenados locais e organizado compras de suprimentos para unidades da linha de frente.

Mediazona, um canal russo independente, relatou que Sarkisyan, nascido na Armênia, era figura conhecida do crime organizado na cidade de Horlivka, na região de Donetsk. Segundo o portal de notícias, Sarkisyan fundou em 2022 uma unidade paramilitar pró-Rússia composta principalmente por seus companheiros étnicos armênios para lutar contra as forças de Kiev.

(Reuters, AP)