O presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol, detido e afastado do cargo por ter declarado lei marcial, compareceu novamente nesta terça-feira (4) ao Tribunal Constitucional, que examina se vai ratificar a moção de impeachment aprovada pela Assembleia Nacional.
O líder conservador, que já foi promotor, provocou uma grave crise política ao suspender a ordem civil na noite de 3 de dezembro e enviar tropas à Assembleia Nacional, onde os deputados da oposição revogaram a lei marcial.
Poucos dias depois, os parlamentares aprovaram uma moção de impeachment contra ele e o suspenderam de suas funções. O cargo agora está nas mãos do Tribunal Constitucional, que deve decidir se ratifica ou não a decisão parlamentar.
O presidente, que em uma audiência anterior negou ter instruído os militares a expulsar os deputados da Assembleia, insinuou nesta terça-feira que não importa se havia ordenado a prisão de políticos durante a lei marcial.
“Debater se eu dei a ordem ou não quando não aconteceu… é como perseguir a sombra da lua no rio”, afirmou Yoon.
Os juízes do Tribunal Constitucional também ouviram o depoimento de dois ex-comandantes do Exército e de um ex-espião da agência de inteligência.
Devido à declaração da lei marcial, sem precedentes nos quase 40 anos de democracia na Coreia do Sul, Yoon também está sendo investigado por insurreição, um crime que pode ser punido com prisão perpétua ou pena de morte.
Depois de passar várias semanas entrincheirado em sua residência em Seul, ignorando as convocações dos investigadores, o presidente foi detido em 15 de janeiro e está sob custódia desde então.
Os advogados de Yoon apresentaram uma moção a um tribunal para cancelar sua detenção, alegando que a investigação iniciada contra ele é ilegal.