Em relatório divulgado na semana passada, a Competition and Markets Authority (CMA) – órgão que supervisiona a competição de mercado no Reino Unido – apontou que a competitividade no setor de nuvem no país “não funciona como deveria”. Na mira do órgão estão principalmente AWS e Microsoft. Segundo o estudo, a primeira tem entre 40% e 50% do mercado de nuvem britânico, enquanto a segunda tem entre 30% e 40%.
A CMA aponta que “altos níveis de concentração e barreiras para entrada permitiram que os dois maiores provedores (AWS e Microsoft) tenham poderes unilaterais no mercado de cloud”.
Sobre as tarifas de lock-in (que são aplicadas em caso de retirada de aplicações de uma nuvem), a CMA afirma que a aplicação dessas tarifas “reduz os incentivos para que clientes transfiram seus dados para outras nuvens e adotem estruturas multicloud; além disso, reduzem os incentivos para que outros provedores entrem neste mercado”.
A CMA criticou ainda práticas de venda de software específicas da Microsoft, que além dos serviços de nuvem oferece Windows, Office e outras soluções de produtividade. “Avaliamos que a Microsoft tem a capacidade e os incentivos para barrar avanços de competidores usando seus produtos de software, e que essa prática traz danos ao mercado de cloud”, diz o documento.
Para tentar resolver a situação, o relatório propõe que Microsoft e AWS sejam designadas como “empresas estratégicas” dentro do mercado de nuvem. Caso isso seja feito, seria possível criar regras de competitividade especificamente para essas duas companhias. Uma decisão sobre o assunto está prevista apenas para o fim deste ano.