Santos bate o São Paulo, espanta má fase e se apoia no ‘efeito Neymar’ para reagir no Paulista

Um dia depois da festa para recepcionar Neymar, o Santos mostrou que pode, sim, ser forte e brigar à altura dos rivais. O time comandado por Pedro Caixinha se impôs diante do São Paulo neste sábado e venceu de virada por 3 a 1, na Vila Belmiro, em jogo da sexta rodada do Paulistão. Guilherme, duas vezes, e Gabriel Bontempo marcaram para os donos da casa. Lucas Moura fez o do time tricolor. Nas arquibancadas, a torcida apostou no efeito da chegada do seu principal reforço para empurrar o time.

A partida, incialmente marcada 20h30, foi atrasada por causa da forte chuva que cai na baixada santista, e iniciou apenas 45 minutos depois do horário programado.

Com o resultado, o Santos encerra a sequência de três derrotas consecutivas e entra na zona de classificação do Grupo B, em segundo lugar, com os mesmos sete pontos do líder Guarani, que leva a melhor no saldo de gols (2 a -2). O próximo compromisso será contra o Botafogo de Ribeirão Preto, quarta-feira, na Vila Belmiro.

Por sua vez, o São Paulo perde a invencibilidade no Paulistão, mas continua em situação confortável. O time tricolor tem dez pontos e mantém a liderança isolada do Grupo C. Na quarta, a equipe recebe o Mirassol, no MorumBis.

A partida começou acelerada. Poucos minutos após o apito inicial, o técnico Pedro Caixinha foi expulso por Luiz Flávio de Oliveira. Ele reclamou de uma falta para o time santista e foi advertido com o amarelo, mas logo na sequência levou o vermelho por xingar o árbitro. Os gritos de “clássico é guerra” inflamaram a Vila, e os atletas tentaram dar rapidez ao jogo, mas por vezes viram a bola parar nas poças causadas pela chuva, que notavelmente atrapalhou o espetáculo. Outros jogadores até escorregaram e perderam chances de boas jogadas.

O São Paulo demonstrou mais criatividade com a bola no pé, especialmente quando Lucas Moura e Oscar apareciam para buscar jogou, mas se atrapalhou na hora de definir as jogadas. O Santos apostou na velocidade de Guilherme e do jovem Gabriel Bontempo para tentar penetrar a defesa adversária pelos lados, mas sem êxito. Os donos da casa reclamaram bastante quando o lateral-direito Léo Godoy caiu na área após disputa com o zagueiro Sabino, escalado no lugar do poupado Alan Franco. O VAR analisou, mas não viu a penalidade.

Jogando mais centralizado, Luciano teve dificuldades e não se encontrou na etapa inicial. O São Paulo viu brechas para trabalhar nos espaços deixados pelo lado direito da defesa santista, indo à linha de fundo com perigo. Aos 34 minutos do primeiro tempo, Calleri ganhou disputa com Luan Peres e tocou para Lucas Moura, que recebeu na pequena área e tirou Vinicius Lira com um giro de habilidade para estufar as redes e abrir o marcador.

O Santos não sentiu o placar adverso e partiu para cima do rival, chutando de fora da área buscando cruzamentos para Tiquinho Soares, que teve o nome muito gritado pelos torcedores como sinal de incentivo. Aos 41, Guilherme aproveitou finalização cruzada dentro da área para só empurrar para as redes, deixando tudo igual e marcando o tento de número 13 mil do clube, recordista de gols na história do futebol. A partir daí, os donos da casa mandaram no jogo e foram melhores, com o tricolor paulista sumindo do jogo.

No segundo tempo, o São Paulo voltou melhor, com mais posse de bola e rondando a área rival. Contudo, o Santos não precisou de muito para voltar a marcar. Aos sete minutos do segundo tempo, Tiquinho correspondeu ao incentivo do torcedor e desmontou a defesa são-paulina com toque de primeira para Soteldo, que avançou livre e deixou Gabriel Bontempo em boas condições para fazer o segundo dos donos da casa.

Motorzinho do meio-campo tricolor, Lucas Moura estava visivelmente com dores e não conseguiu ditar o ritmo no setor na etapa final. Bem marcado, Oscar tampouco conseguiu fazer diferença e o São Paulo novamente “sumiu” do jogo. Com o domínio do setor central, o Santos passou a ter volume maior e voltou a marcar quando o prodígio boliviano Miguelito deu passe açucarado para Guilherme marcar novamente e fazer 3 a 1, aos 25 minutos.

Mesmo confortável no placar, o Santos continuou dominando as ações da partida. Luciano, em grande jogada, quase fez um gol de placa ao driblar dois marcadores e o goleiro, mas foi travado na hora “H”. Nos minutos finais, o time santista baixou o ritmo e passou a controlar o jogo. A equipe tricolor esboçou uma reação, mas sem perigo para o goleiro Gabriel Brazão.

FICHA TÉCNICA

SANTOS 3 X 1 SÃO PAULO

SANTOS – Gabriel Brazão; Leo Godoy, Zé Ivaldo, Luan Peres e Vinicius Lira (Kevyson); Tomás Rincón, Diego Pituca, Gabriel Bontempo (Miguelito), Soteldo (João Schmidt) e Guilherme (Luca Meirelles); Tiquinho Soares. Técnico: Pedro Caixinha.

SÃO PAULO – Rafael; Igor Vinícius (Ferraresi), Arboleda, Sabino e Enzo Díaz (Ryan Francisco); Pablo Maia (Ferreira), Alisson, Lucas Moura e Oscar; Luciano (Erick) e Calleri (André Silva). Técnico: Luis Zubeldía.

ÁRBITRO – Luiz Flavio de Oliveira (Fifa-SP).

GOLS – Lucas Moura, aos 34 do primeiro tempo, e Guilherme, aos 41; Gabriel Bontempo, aos 7, e Guilherme, aos 25 do segundo tempo

CARTÕES AMARELOS – Tomás Rincón e Tiquinho Soares (Santos); Arboleda (São Paulo).

CARTÕES VERMELHOS – Pedro Caixinha (Santos).

PÚBLICO – 14.268.

RENDA – R$ 647.143,02.

LOCAL – Vila Belmiro, em Santos (SP)