Massa de salários no Brasil alcança recorde no trimestre até dezembro, aponta IBGE

A massa de salários em circulação na economia aumentou em R$ 23,301 bilhões no período de um ano, para um recorde de R$ 339,451 bilhões, uma alta de 7,4% no trimestre encerrado em dezembro de 2024 ante o trimestre terminado em dezembro de 2023. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na comparação com o trimestre terminado em setembro de 2024, a massa de renda real subiu 2,3% no trimestre terminado em dezembro, R$ 7,494 bilhões a mais.

A massa salarial segue renovando recordes graças ao crescimento do número de ocupados acompanhado pela alta dos rendimentos, apontou Adriana Beringuy, coordenadora da pesquisa do IBGE.

O rendimento médio dos trabalhadores ocupados teve uma alta real de 1,4% na comparação com o trimestre até setembro, R$ 47 a mais, para R$ 3.315. Em relação ao trimestre encerrado em dezembro de 2023, a renda média real de todos os trabalhadores ocupados subiu 4,3%, R$ 137 a mais.

Beringuy ressalta que o patamar atual da renda está em nível equiparável ao pico da série, em termos de valor, alcançado em 2020, quando estava em R$ 3.321. Porém, a composição do mercado de trabalho atualmente é bem mais favorável, lembra ela.

Durante a pandemia, a renda média subiu em função da perda de ocupação de trabalhadores informais e de renda mais baixa. Atualmente, a renda sobe devido a uma soma de fatores, entre eles o avanço na ocupação com carteira assinada e no setor público, mas também via valorização do rendimento dos informais, em meio a uma maior demanda por mão-de-obra.

“Ao longo do ano de 2023 e 2024, na composição da população ocupada, você vem agregando trabalhadores com carteira, que sim, são trabalhadores de rendimento relativamente maior do que a média dos informais. Você teve também um processo de recuperação do rendimento dos trabalhadores do setor público, pelo menos os da esfera federal. Por outro lado teve crescimento de atividades informais que contribuíram bastante para a expansão do rendimento. Embora sejam trabalhadores informais, como é o caso, por exemplo, da construção. Ou seja, houve essa demanda maior pelo trabalhador da construção, de transporte, de armazenagem, alguns segmentos da indústria manufatureira, elevando esse rendimento dos trabalhadores”, enumerou Beringuy, lembrando que houve contribuição também de um reajuste maior do salário mínimo.

A renda nominal, ou seja, antes que seja descontada a inflação no período, cresceu 2,7% no trimestre terminado em dezembro ante o trimestre encerrado em setembro. Já na comparação com o trimestre terminado em dezembro de 2023, houve elevação de 9,3% na renda média nominal.