Dirigente do Banco Central Europeu (BCE) e presidente do BC da Estônia, Madis Muller afirmou nesta sexta-feira, 31, que é “completamente realista” esperar o retorno da inflação à meta de 2% até o meio deste ano e que outro corte de juros é justificado, tendo em vista que a economia europeia segue fraca.
“Como resultado, estamos cada vez mais próximos de uma situação em que as taxas de juros do BC não poderão ser consideradas elevadas ou empecilhos para investimentos”, disse, em publicação no blog do BC estoniano. “Os aumentos de preços vão permanecer próximos da meta. Já o crescimento econômico deve se recuperar modestamente este ano e as rendas domésticas vão aumentar.”
Muller observou que os mercados financeiros não esperam a mesma quantidade de cortes de juros pelo BCE que projetavam no fim de 2024, indicando a percepção de riscos de que taxas baixas demais possam acelerar a inflação novamente.
Sobre os EUA, o dirigente comentou que já é possível dizer “com alguma certeza que restringir o livre comércio não tornará os EUA ou seus parceiros mais ricos”. Muller alertou que as restrições devem criar apenas mais dificuldades, ao alocar produção de bens longe dos países que seriam “mais razoáveis e lucrativos” sob outras condições.