Veja quais são as estradas mais letais do Brasil

Divulgação/Arteris Planalto Sul
BR-116, a rodovia mais letal de 2024 Foto: Divulgação/Arteris Planalto Sul

O ano de 2024 foi marcado por uma alta significativa nos números de acidentes rodoviários, muitos deles com gravidade fatal. Só em relação a 2023, o crescimento foi de 9% – o que equivale a cerca de 44 vítimas a mais por mês, segundo dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Diversas são as causas para tragédias fatais ocorridas em rodovias. A maior parte dos incidentes envolve colisões frontais, sendo elas responsáveis por um terço das mortes. Esses acidentes costumam ser provocados por veículos que transitam na contramão – ato que causou 921 mortes ao longo do ano. Outros motivos são o consumo de álcool ao volante, ausência de reação do motorista, condutores dormindo e ultrapassagens indevidas.

Além do risco de vitimar o motorista, os acidentes muitas vezes incluem morte de pedestres. O atropelamento de transeuntes assinou 969 das 6.163 mortes registradas em rodovias federais no ano passado.

Confira a lista das rodovias mais perigosas de 2024:

1º- BR-116

Em primeiro lugar do ranking está a rodovia BR-116, conhecida como Rodovia Presidente Dutra e SP-60. Ela tem início no município de Fortaleza, no estado do Ceará, e termina em Jaguarão, no Rio Grande do Sul, na fronteira com o Uruguai.

A estrada apresentou aumento de 11% no número de mortes em relação a 2023, saindo de 741 para 821 mortes anuais.

Entre os estados que cortam a rodovia, destacam-se três com os crescimentos mais alarmantes: Ceará, onde o número de mortes disparou 63%, Bahia, com aumento de 41% e Minas Gerais, com 23%.

Veja quais são as estradas mais letais do Brasil

2º- BR-101

Logo em seguida está a BR-101, uma das principais rodovias do país. Com 4 824,6 km de extensão, ela tem início no município de Touros, no estado do Rio Grande do Norte, e termina em São José do Norte, no Rio Grande do Sul.

Atingindo a marca de 731 mortes, a BR-101 foi classificada como a segunda via mais letal do Brasil em 2024.

Veja quais são as estradas mais letais do Brasil

3º- BR-153

Já em terceiro lugar está a BR-153, denominada como Rodovia Presidente João Goulart – e também conhecida pelos nomes de Rodovia Transbrasiliana e de Rodovia Belém-Brasília. Ela é a sétima maior rodovia do Brasil e liga a cidade de Marabá (PA) ao município de Aceguá (RS).

Apesar de assinar a terceira posição, a estrada acumula um número menor de vítimas em comparação às duas primeiras, somando 270 mortes ao longo do ano.

Veja quais são as estradas mais letais do Brasil

4º- BR-163

Em quarta posição está a BR-163, rodovia que liga as cidades de Tenente Portela, no Rio Grande do Sul, a Santarém, no Pará. Existe ainda um trecho complementar localizado entre as cidades de Oriximiná e Óbidos, ambas também no Pará.

Sendo uma das principais rodovias do interior do Brasil, em 2024 ela registrou 240 mortes.

Veja quais são as estradas mais letais do Brasil

5º- BR-316

Em sequência está a BR-316, uma rodovia diagonal que vai de Belém (PA) até a cidade de Maceió (AL). Também conhecida como Rodovia Capitão Pedro Teixeira, ela passa pelos estados do Pará, Maranhão, Piauí, Pernambuco e Alagoas.

Marcando o quinto lugar da lista, a BR-316 fez 221 vítimas ao longo do último ano.

Veja quais são as estradas mais letais do Brasil

Letalidade por estado

Seis estados concentram 51% dos óbitos registrados em 2024. Este grupo apresentou um aumento de 62% no número de mortes em comparação com o ano anterior.

O destaque é para Minas Gerais, que lidera o ranking com 794 mortes – ou seja, 13% do total. Na sequência aparecem Bahia e Paraná, representando 10% cada um.

Logo atrás estão Santa Catarina, com 414 mortes, e Rio Grande do Sul, com 346. Já em sexto lugar ficou o estado do Rio de Janeiro, com 333 óbitos registrados em rodovias.

Causas e prevenção

A ausência de reação dos condutores causou, no último ano, 759 mortes, enquanto as reações tardias ou ineficientes resultaram em outras 677. Entretanto, a grande maioria dos acidentes foi provocada por comportamentos impróprios dos motoristas, como a alta velocidade, consumo de álcool e trânsito na contramão por ultrapassagem, por exemplo.

Por essa razão, a PRF indica que é essencial combinar ações educativas entre as soluções para reduzir os acidentes nas rodovias brasileiras. Além disso, é necessário intensificar a fiscalização, com blitzes, radares inteligentes e monitoramento de trechos críticos, e investir em infraestrutura.

A alta dependência do modal rodoviário também deve ser considerada, uma vez que cerca de 60% das cargas no Brasil são transportadas por caminhões. O uso de ferrovias ou cabotagem, por exemplo, aliviaria as estradas e reduziria acidentes, gerando ganhos econômicos e ambientais.