Informações da revista Time da última segunda-feira, dia 20, mostram que o empresário Elon Musk ameaçou retaliar senadores que não apoiarem os indicados de Donald Trump para compor o secretariado do novo governo. Isso acontece pelo fato de o presidente indicar mais de 50 nomes para o próximo governo e essas pessoas precisarem ser aprovadas pelo Senado.
A maior parte das indicações corresponde a secretários, que seriam como os ministros de Estado no Brasil. Até o presente momento, somente Marco Rubio foi confirmado pelo Senado como secretário de Estado. Os outros indicados ainda estão passando por sabatinas ou aguardam a votação.
De acordo com a revista, Musk prometeu usar um Super Comitê de Ação Política, também chamado de “Super PAC” nos Estados Unidos, para financiar outros candidatos e barrar a reeleição dos senadores que votarem contra os nomes indicados por Trump. Em 2026, pouco mais de um terço do Senado dos EUA será renovado nas eleições.
Musk é o chefe do Departamento de Eficiência Governamental no governo Trump. O bilionário, dono da Tesla e SpaceX, terá o desafio de analisar os gastos do governo e promover cortes no orçamento. Musk é visto como uma peça importante na vitória de Trump nas eleições de 2024. De acordo com informações da Associated Press, o empresário investiu cerca de US$ 200 milhões na campanha do republicano.
Especialistas e críticos apontam o risco de conflito de interesses na relação de Musk com o governo, pois o empresário terá acesso a dados de agências federais ao mesmo tempo em que suas empresas prestam serviços para o governo.
Segundo a Time, uma fonte próxima a Trump disse que “essa é a realidade que todos viverão nos próximos anos. Todos acabam entrando na linha no final das contas”. Atualmente, o Partido Republicano, de Trump, ocupa 53 das 100 cadeiras do Senado.
Isso, em teoria poderia facilitar a aprovação das indicações. Porém, alguns nomes enfrentam resistências internas. É o caso de Pete Hegseth, indicado para a Defesa. Ele foi alvo de uma série de acusações nos últimos meses. Na mais recente, que foi divulgada na última terça-feira, dia 21, uma ex-cunhada dele afirmou a senadores que o indicado por Trump abusou de sua segunda ex-esposa.
Além disso, autoridades de segurança também acreditam que ele não seja qualificado para comandar o Pentágono. O indicado de Trump é um veterano da Guarda Nacional e ficou famoso no país por ser apresentador de TV. De acordo com a revista Time, depois das ameaças de Musk, uma senadora republicana que tinha se mostrado cética em relação à indicação de Hegseth resolveu apoiá-lo.