As cotações do petróleo fecharam em queda nesta quarta-feira (22), em um mercado que digeria as declarações de Donald Trump sobre tarifas e as decisões do presidente americano a respeito do setor de energia.
O barril de tipo Brent para entrega em março desvalorizou 0,29%, fechando a 79,00 dólares em Londres.
Já o West Texas Intermediate (WTI), negociado no mercado americano com vencimento para o mesmo mês, cedeu 0,41%, encerrando o pregão em 75,42 dólares.
“O mercado continua se acostumando com o novo presidente [e] tentando entender melhor qual é o plano em termos de tarifas e sanções”, resumiu à AFP John Kilduff, da Again Capital. Segundo ele, os operadores acreditam “que não vai acontecer nada no futuro imediato”.
“Essa queda [de quarta-feira] pode ser explicada em parte pelo fato de que Trump pareceu abrir um certo espaço de manobra em relação às sanções contra Canadá e México”, escreveu Phil Flynn, do Price Futures Group.
Há semanas que o agora presidente dos Estados Unidos anuncia sua intenção de impor tarifas de 25% a seus vizinhos e parceiros no T-MEC, apesar da vigência deste acordo de livre-comércio da América do Norte.
O republicano afirmou na segunda-feira que as tarifas entrarão em vigor em 1º de fevereiro.
“O mercado de petróleo está muito preocupado com a possibilidade de que o presidente Trump imponha tarifas de 25% sobre o petróleo canadense, que é pesado e barato”, destacou Phil Flynn. Esse petróleo pesado “ajuda” as refinarias dos Estados Unidos e permite produzir mais diesel. E com as temperaturas frias nos Estados Unidos, é um combustível “muito procurado”, acrescentou o analista.
Trump também exigiu nesta quarta o fim imediato da guerra entre Rússia e Ucrânia, ameaçando Moscou com a imposição de tarifas e sanções.
“Se não fizermos um ‘acordo’, e logo, não terei outra opção a não ser aplicar altos níveis de impostos, tarifas e sanções sobre qualquer bem vendido pela Rússia para os Estados Unidos” e outros países, advertiu Trump em sua rede, a Truth Social.
De qualquer forma, o mercado “antecipou o máximo possível” medidas desse tipo, que poderiam reduzir a oferta de petróleo, segundo Kilduff.
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