A região de Sarajevo declarou estado de alerta nesta quarta-feira (22), após a capital da Bósnia entrar mais uma vez no pódio das cidades mais poluídas do mundo, com uma concentração de partículas finas 47 vezes superior ao limite estabelecido pela OMS.
Na tarde de hoje, o índice de qualidade do ar era de 320, segundo dados da empresa suíça IQ Air, que mede a poluição atmosférica a nível global, o que coloca Sarajevo como a segunda cidade mais poluída do mundo, atrás apenas de Daca (Bangladesh).
A situação passa a ser considerada perigosa quando o índice fica acima de 300.
Os picos de poluição são frequentes em Sarajevo, uma cidade com mais de 400.000 habitantes cercada por montanhas e onde as baixas temperaturas no inverno impedem que os poluentes atmosféricos se dispersem no vale.
“O maior problema é o aquecimento individual”, explica Anes Podic, presidente da associação ecológica Eko-akcija.
“Entre 30.000 e 40.000 lares utilizam combustíveis sólidos, principalmente madeira. Queimam madeira úmida em fogões de péssima qualidade, e, então, temos emissões muito altas”, detalha, mas o governo “não quer resolver o problema”.
Segundo um estudo da ONU publicado em 2019, a poluição do ar é responsável por 20% das mortes prematuras em 19 cidades dos Bálcãs, e os habitantes perdem até 1,3 ano de vida devido à poluição atmosférica.
Intensificada pelas mudanças climáticas, a poluição do ar aumenta o risco de doenças respiratórias, acidentes cardiovasculares, diabetes ou cânceres e, segundo alguns especialistas, tem efeitos comparáveis, ou até superiores, aos do tabaco ou do álcool.
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