O Solidariedade e o Agir abriram negociações para formar uma federação partidária. O diálogo aconteceu na segunda-feira, 20, em encontro que reuniu os presidentes das duas legendas, o deputado federal Paulinho da Força (SP) e Daniel Tourinho, respectivamente.
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Se forem adiante, Solidariedade e Agir preservarão seus números e estruturas partidárias — ao contrário do que acontece em uma fusão –, mas atuarão como uma espécie de agremiação única pelos próximos quatro anos, o que impõe o lançamento ou apoio das mesmas candidaturas a cargos majoritários (prefeito, governador e presidente) e orientação conjunta em discussões no Legislativo.
O caminho da federação
Até o momento, há três federações em vigor no país, todas formadas em 2022. A principal delas reúne PT, PCdoB e PV, e as outras são integradas por PSDB e Cidadania, e PSOL e Rede.
O próprio Solidariedade já discutiu essa possibilidade com PSB e PSDB, mas não houve avanço expressivo. A sigla tem cinco deputados federais e se vê ameaçada pela cláusula de desempenho para 2026, razão que a move em busca de parcerias. O Agir, por sua vez, não tem bancada em Brasília.
Pelos termos da cláusula, para não perder o acesso ao fundo eleitoral, os partidos terão de eleger ao menos 13 deputados federais distribuídos em 1/3 das unidades federativas ou obter no mínimo 2,5% dos votos válidos nas eleições para a Câmara espalhados pelo mesmo território no próximo pleito.
Essa exigência ameaça a sobrevivência das siglas menores, que encontram nas federações ou fusões um caminho para consolidar alguma representatividade nas urnas e não perder o financiamento público. O objetivo é reduzir a dispersão partidária do país, onde há 29 agremiações registradas no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).