Dois ministros de Israel pediram demissão neste domingo, 19, após o país fechar um acordo de cessar-fogo com o Hamas para a libertação de prisioneiros palestinos. Com isso, a extrema-direita israelense oficializou o abandono do governo de Benjamin Netanyahu.
Contrários ao acordo, Yitzhak Wasserlauf, ministro do Negev, Galileia e Resiliência Nacional, e Amichai Eliyahu, ministro do Patrimônio, deixaram o governo Netanyahu. A dupla faz parte do Partido Judaíco, de extrema-direita.
No sábado, 18, o ministro da Segurança Interna de Israel, Itamar Ben-Gvir, renunciou ao cargo após o acordo de cessar-fogo para interromper a guerra entre o país e o Hamas. A demissão era esperada há alguns dias, mesmo com as tentativas do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de segurar o aliado.
Ben-Gvir é um dos líderes da extrema-direita no país e um dos principais articuladores do conflito armado. Ele já tinha ameaçado deixar o governo, o que poderia causar uma debandada e enfraquecer o governo Netanyahu.
Com a debandada, Benjamin Netanyahu e aliados acenderam o alerta para um possível enfraquecimento do governo e, consequentemente, a derrubada do primeiro-ministro israelense. Entretanto, o cenário foi revertido e o Partido Judaíco se comprometeu que não irá conspirar contra o atual mandatário.
Hamas e Israel fecharam um acordo de cessar-fogo na última quinta-feira, 16, com a intermediação dos Estados Unidos e do Catar. A proposta só foi selada na sexta-feira, 17, após o gabinete de Israel aceitar os termos do texto.
Israel e Hamas iniciaram a liberação de reféns e prisioneiros neste domingo. Os palestinos liberaram três mulheres israelenses, enquanto o governo Netanyahu soltou 90 presos palestinos.
Há ainda a previsão de outros 30 israelenses serem liberados pelo Hamas nesta primeira fase. O acordo também determina a retirada de tropas de Israel da Palestina e a liberação da passagem de Rafah.
As segundas e terceiras fases estão em fase de negociação, mas só devem ser oficializadas após o cumprimento da primeira parte do acordo.